Aquecimento global: temperaturas à superfície do mar atingem níveis recorde
As temperaturas da superfície do mar atingiram um recorde no dia 16 de março, ultrapassando o anterior estabelecido também em março, mas em 2016, segundo uma análise da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos da América (EUA).
Este dado é particularmente surpreendente, dado que ocorreu após três anos de La Niña, um fenómeno que consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental.
O recorde anterior foi registado após o El Niño, o que é mais plausível dado que as temperaturas da superfície do mar do Pacífico central são mais quentes do que a média e, portanto, demoram a aquecer a superfície do oceano, o que significa que um longo período de aquecimento do Oceano Pacífico já não é necessário para atingir níveis elevados das temperaturas da superfície do mar, informa o jornal britânico The Guardian.
Entretanto, a Austrália tem vivido uma onda de calor ao longo da última semana, o que resultou em consequências em grande parte do país, com muitas estações meteorológicas a quebrar os seus recordes de temperatura máxima no mês de março bem como os seus recordes de temperatura mínima mais elevados.
No domingo, muitas áreas do Estado australiano Nova Gales do Sul, em particular, registaram altas temperaturas, com os termómetros quase a atingir os 40ºC. Em Beaudesert Drumley Street, uma estação perto de Brisbane, foi registado um recorde de temperatura de 38,4ºC a 17 de março e, em Wilcannia, o recorde foi de 43,8ºC, dois dias depois. Caso venha a ocorrer outro El Niño no final deste ano, a Austrália poder vir a assistir ao regresso das condições de seca.
No outro extremo, a outrora seca e ensolarada Califórnia, nos EUA, vai continuar a experimentar sistemas de baixa pressão vindos do Ocidente, com chuva e neve na próxima semana. De recordar que uma grande parte deste estado norte-americano recebeu cerca de 300% de chuva para um mês de março normal, com cerca de 500% nas zonas montanhosas, condições que indicam uma probabilidade elevada de que este ano venha a ser significativamente húmido e potencialmente recordista para o estado.