Como se compra desinformação na deep web (e é tão fácil)

Criar e espalhar notícias falsas (também conhecidas como fake news) pode ser mais fácil do que parece. Bastam alguns conhecimentos informáticos para aceder à deep web e encontrar um conjunto de fornecedores disponíveis para vender desinformação.

Estes fornecedores especializados são capazes de criar rapidamente campanhas em redes sociais e meios de comunicação de modo a divulgar qualquer tema. O assunto fica ao critério de quem compra (e paga).

Segundo um estudo do Insikt Group, é cada vez mais simples disseminar notícias falsas. Para demonstrar a facilidade do processo, a empresa criou uma empresa fictícia, a Tyrell Corp, e tentou comprar os meios necessários para lançar duas campanhas – uma com conteúdo positivo sobre a companhia e outra com conteúdo negativo.

Em menos de um mês, o Insikt Group conseguiu o que pretendia, tendo contratado diferentes fornecedores para as duas campanhas. Em ambos os casos, não só disponibilizaram o serviço a que se propunham como sugeriram estratégias e responderam a questões.

O mesmo estudo, reportado pelo site brasileiro Olhar Digital, revela que uma campanha de desinformação pode ir dos 15 dólares (cerca de 13,7 euros) por um artigo com mil caracteres aos 1500 dólares (1366 euros) mensais por serviços de SEO para promoção do conteúdo.

Os resultados? Duas semanas depois, apareceram os primeiros artigos. No caso do fornecedor contratado para desenvolver conteúdos positivos, a estratégia utilizada passou por publicar artigos num meio de comunicação mais pequeno e num jornal com boa reputação.

O fornecedor contratado para os conteúdos negativos, por seu turno, optou por usar contas antigas e activas nas redes sociais como “sementes” para disseminar a informação. Depois, foram criados perfis falsos que começaram a seguir essas contas e a partilhar os seus conteúdos, estabelecendo, em simultâneo, amizade com utilizadores reais. A ideia, explica o Insikt Group, era espalhar a informação da forma mais orgânica possível.

«Se a facilidade que encontramos na nossa experiência servir de indicação, acreditamos que a desinformação como serviço em breve se irá espalhar, deixando de ser uma ferramenta usada por nações para uma cada vez mais usada por indivíduos e organizações», concluem os investigadores.

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