Será 2019 o ano do Grande Êxodo dos CEOs?

Adam Neumann deixou o cargo de CEO da WeWork, caminho seguido também por Devin Wenig do eBay, Ramesh Tainwala da Samung e John Flint do HSBC. A partida dos líderes de algumas das maiores empresas do mundo leva a Fortune a apelidar 2019 como o ano do Grande Êxodo dos CEOs.

Apenas nove meses volvidos desde o início de 2019, são vários os casos de executivos que decidiram – pelas mais diferentes razões – abandonar a linha da frente das companhias que comandavam. Hiroto Saikawa também se despediu da Nissan, Dion Weisler disse adeus à HP e Tim Sloan à Wells Fargo.

Segundo a Challenger, Gray & Christmas, só em Agosto, registaram-se 159 mudanças na cadeira de CEO, o número mais elevado desde que esta consultora começou a analisar o mercado em 2003. Segundo Andy Challenger, vice-presidente na consultora, uma das principais razões reside na idade dos executivos: profissionais mais velhos reformam-se para dar lugar a sucessores mais jovens.

Junta-se ainda a previsão de abrandamento económico, que leva os CEOs a deixar o leme numa altura em que as empresas ainda estão numa boa posição. O desafio de lidar com as consequências de uma recessão fica nas mãos da geração seguinte.

Destacam-se ainda pressão por parte dos investidores, questões de saúde e escândalos relacionados com comportamentos questionáveis. «As administrações estão a perceber que o mau comportamento não é de graça. Na verdade, chega acompanhado por um custo muito elevado, particularmente quando tem origem num profissional C-Suite», explica John Paul Rollert, professor na Booth School of Business da Universidade de Chicago.

Em 2000, um CEO poderia esperar passar pelo menos oito anos no cargo. Ao longo da década, esta expectativa baixou para cinco anos, adianta ainda um relatório da PwC.

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