“Está completamente afastado”: Ministro da Saúde descarta regresso do uso de máscara ou do estado de alerta

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, adiantou esta quinta-feira que está descartada a hipótese de regresso do uso de máscara de proteção individual ou de medidas ou restrições relacionadas com a Covid-19.

Em declarações no final de reunião do Conselho de Ministros, Pizarro falou em antecipação da reunião de especialistas no Infarmed, para analisar a situação da Covid-19 em Portugal.

“Vai ser realizada amanhã uma reunião de peritos no Infarmed, para informar com detalhe técnico sobre circunstâncias epidemiológicas, no plano nacional, no plano europeu e internacional. Seria indelicado antecipar”, começou por dizer o ministro da Saúde.

Depois, voltou atrás para garantir: “Sendo certo que, para efeitos de tranquilidade da opinião pública, não há nenhuma intenção nem necessidade de regressar, pelo menos a curto-prazo a quaisquer medidas de estado de alerta ou imposições em matéria de saúde pública, isso está completamente afastado”, afirmou.

“Vamos continuar a monitorizar atentamente a evolução desta pandemia e de todas as doenças respiratórias do inverno”, garantiu o ministro da Saúde.

Enfermeiros com salários descongelados

Na reunião do Conselho de Ministros, o governo aprovou o descongelamento salarial dos enfermeiros, e atualizações salariais com retroativos a janeiro de 2022.

“Sem valorização das carreiras não há requalificação do SNS”, defendeu, e detalhou as medidas do documento aprovado pelo Governo, que inclui a “recuperação dos pontos perdidos em sede de avaliação de desempenho para efeitos de progressão salarial dos enfermeiros, descongelando a progressão que estava parada desde 2004”.

“Significa um aumento de cerca de 200 euros para enfermeiros com pontos para subir uma posição remuneratória e 400 para os que sobem duas posições”, exemplificou o ministro da Saúde, assegurando que há 20 mil enfermeiros abrangidos pela medida. Este “esforço”, afirma o governante, tem um peso de “mais de 72 milhões de euros” no Orçamento do Estado para 2022.

“Este diploma garante que os enfermeiros são tratados de forma equitativa, independentemente do respetivo modelo de vinculação ao SNS”, assegurou o governante, que destacou as três rondas de negociações e o diálogo com oito sindicatos para chegar ao documento agora aprovado.

Ministro da Saúde admite ‘centros de saúde privados’ como medida “temporária”

Questionado sobre a resposta que pode ser dada para colmatar a falta de médicos, Manuel Pizarro, que já tinha levantado anteriormente a hipótese de ‘centros de saúde privados’, voltou a falar desta possibilidade.

Esta medida eventual seria, sublinhou Pizarro seria “temporária” e “transitória”, pelo menos até o SNS conseguir garantir que todos os portugueses são acompanhados por um médico de família.

“Em algumas regiões, como Lisboa e Vale do Tejo, há carência de profissionais e temos de garantir que todos têm acesso a uma equipa de cuidados médicos. É neste âmbito que encaramos medidas transitórias, designadamente cooperativas de médicos que possam concorrer para prestar este serviço de forma temporária”, explicou.

Após a reunião do Conselho de Ministros, Manuel Pizarro revelou ainda que vão ser apresentadas para a semana as medidas do ‘plano de contingência’ para o SNS no inverno, para responder à maior pressão nos hospitais com mais casos de infeções respiratórias.