Rússia: Quase meio milhão de pessoas deixaram o país este ano, mais do dobro de 2021

Dados divulgados esta terça-feira pelo serviço estatal de estatística da Rússia, Rosstat, revelam que entre janeiro e julho deste ano já saíram do país cerca de 419 mil pessoas, mais de o dobro das 202 mil saídas registadas em igual período de 2021.

De acordo com as informações oficiais, a Ucrânia, país que desde fevereiro é o palco de uma guerra de grande escalada, é o destino mais procurado por quem deixa a Rússia. Assim, nos primeiros sete meses deste ano, 79.600 pessoas deixaram a Rússia e deram entrada na Ucrânia.

Também na lista dos destinos mais procurados estão antigas repúblicas soviéticas, como o Tajiquistão, a Arménia, o Quirguistão, o Cazaquistão e o Uzbequistão.

Do total de saídas não constam apenas cidadãos russos, mas também trabalhadores oriundos dos países circundantes.

Em sentido contrário, em janeiro e julho, entraram na Rússia 322.348 pessoas, número ligeiramente superior às 316.77 entradas registadas no mesmo período do ano passado.

As tendências de saída da Rússia são conhecidas numa altura em que a União Europeia está a implementar medidas para limitar o acesso de cidadãos russos aos territórios europeus.

No dia 31 de agosto, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, anunciou que os 27 Estados-membros tinham, por fim, chegado a um acordo para terminar o entendimento que existia, dede 2007, entre Bruxelas e a Rússia, que facilitava a emissão de vistos para os cidadãos russos.

Assim, o coletivo europeu pretende dificultar a entrada de pessoas com nacionalidade russa nos Estados-membros da UE, considerando que os cidadãos russos não devem poder fazer turismo pela Europa, como se uma guerra não estivesse a ser travada pelo seu governo.

Contudo, quer a própria Comissão Europeia, quer, por exemplo, a Alemanha, tinham alertado para o perigo de estabelecer uma proibição total, argumentando que muitos russos decidem abandonar a Rússia por não se reverem nas políticas do Presidente Vladimir Putin e procurar refúgio e uma vida mais livre nos países a ocidente.

Nesse âmbito, a Comissão Europeia revelou hoje que a emissão de vistos para cidadãos russos passará a custar 80 euros, subindo dos atuais 35 euros, e o processo poderá demorar entre 15 e 45 dias.

Esta semana, Mikhail Khodorkovsky, um empresário russo que foi preso pelo Kremlin e que agora está exilado no Reino Unido, pediu ao Ocidente para não se esquecer que em todos os cidadãos da Rússia apoiam Putin, as suas políticas e a sua guerra na Ucrânia, sugerindo que a Europa não feche as suas portas àqueles que procuram fugir do regime russo.

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