Habitação: Preços das casas não param de aumentar. Alentejo já é mais caro do que o Centro e Norte

Os preços de compra de casas em Portugal continuam a subir, e é no Alentejo que se regista ao maior aumento. Nos primeiros seis meses deste ano, o valor do metro quadrado (m2) nessa região chegou aos 2.700 euros, comparativamente ao mesmo período de 2021, representando um aumento de 55%.

Uma análise da consultora imobiliária Imovendo revela que, atrás do Alentejo, surge o Centro como a segunda região com os preços mais elevados para compra de casas, com o m2 a chegar aos 1.700 euros no primeiro semestre, um aumento de 17% face ao mesmo período do ano passado. De seguida aparece a zona Norte, com um valor de 1.400 euros por metro quadrado, mais 13% do que entre janeiro de junho de 2021.

Ainda assim, a análise aponta que as vendas estiveram 10% acima nos primeiros seis meses de 2022, comparativamente ao ano passado, explicando que o aumento dos preços se deve à redução dos números de imóveis disponíveis, uma queda de 14% face a 2021.

Nélio Leão, CEO da Imovendo, aponta que “comparando o valor do m2 do lado da oferta com o preço por m2 dos imóveis vendidos, verifica-se que, com exceção do Norte do país, os imóveis são vendidos por um valor consideravelmente mais baixo”.

No geral do país, os imóveis vendidos no Alentejo, no Norte e no Centro representaram 40% do total das vendas a nível nacional, sendo que as moradias T3 foram as mais procuradas.

No entanto, e apesar de os preços nessas três regiões terem registado subidos, ainda são regiões que oferecem preços mais baixos dos que os centros urbanos. Por exemplo, uma moradia T3 com 160 metros quadrados em Lisboa custaria entre 650 mil euros e 1,1 milhões de euros, ao passo que em Évora um imóvel com as mesas caraterísticas custará entre os 200 mil euros e os 300 mil euros, uma redução substancial.

Santarém é o distrito do Interior onde se registou o maio nível de procura no primeiro semestre, tendo sido vendidos 3.046 imóveis, uma subida de 7% face a 2021.

“O crescimento em Santarém pode justificar-se pela proximidade a Lisboa, o que influencia também a escolha, mas também porque é o distrito do interior com mais oferta”, relata o CEO, que adianta que “o investimento imobiliário apenas chegará às zonas mais interiores e rurais caso sejam tomadas medidas de desenvolvimento para as mesmas, ou seja, são necessários incentivos fiscais para que as empresas se deslocalizem para o interior, mais condições para que os nómadas digitais possam considerar o interior como uma opção válida”.

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