Quase um milhão de russos entraram na UE desde o início da guerra, revela Frontex
A agência de controlo de fronteiras da União Europeia, Frontex, revelou que entraram no território da união 998.085 cidadãos russos desde que a guerra da Rússia contra a Ucrânia começou a 24 de fevereiro passado.
O número foi avançado por uma porta-voz a Frontex à agência de notícias alemã ‘DPA’, que acrescenta que, nesse mesmo período, cerca de 7,7 milhões de ucranianos deram entrada na UE, sendo que 4,7 milhões acabaram por regressar à Ucrânia.
Estes dados são conhecidos numa altura em que está a ser debatida uma proibição temporária da emissão de vistos para cidadãos russos, enquanto a Rússia continuar a sua guerra contra o país vizinho.
Contudo, essa restrição, que viria reforçar os pacotes de sanções já lançadas pela UE contra o regime de Vladimir Putin, divide os Estados-membros, sendo que a Finlândia e a Estónia são duas das vozes mais sonantes que defendem que os russos não devem poder fazer turismo nos países na união enquanto o seu governo continuar a oprimir e atacar o povo ucraniano.
Logo nos primeiros dias da invasão, a Lituânia e a Polónia decretaram a proibição da emissão de vistos para cidadãos russos, sendo seguidos, mais tarde, pela Estónia, que defende que deverá ser acordada uma proibição ao nível da UE para que surta mais efeito e envie uma mensagem clara aos decisores políticos no Kremlin.
Ainda assim, a Comissão Europeia considera que uma proibição ampla que abranja todos os russos “não é uma boa ideia”. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, já afirmou que, a existir uma tal proibição, deverá ser seletiva, de forma a permitir que russos que queiram abandonar a Rússia por não concordarem com as políticas do seu governo possam encontrar refúgio na UE.
A mesma linha de argumentação é seguida pelo Chanceler alemão Olaf Scholz, sendo que também o Chipre e a Grécia já manifestaram a sua oposição à proposta dos países nórdicos de uma proibição generalizada.
Por sua vez, a República Checa parece ter aterrado num meio termo, planeando aumentar os custos e os tempos de processamento da emissão de vistos para russos também para bielorrussos.
Dados do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) mostram que há atualmente registo de 6,9 milhões de refugiados ucranianos espalhados por toda a Europa, e que quase 4 milhões já apresentaram pedidos de proteção internacional. É na Polónia que se regista o maior número de refugiados ucranianos, perto de 3,6 milhões.