Timor. EUA sabiam que Indonésia armava milícias

Novas informações dão conta de que o governo norte-americano sabia que a Indonésia estava a formar milícias armadas para impedir a realização do referendo que daria a independência a Timor-Leste, em 1999. De acordo com o jornal britânico de The Guardian, documentos até aqui confidenciais foram tornados públicos pela Segurança Nacional dos Estados Unidos da América, evidenciando o conhecimento prévio das intenções da Indonésia.

Segundo estes documentos, os EUA souberam das milícias armadas meses antes do referendo mas nada disseram ou fizeram. Mesmo quando confrontados com a determinação das milícias em impedir a votação com recurso a “terror e violência”.

Clinton Fernandes, professor de Estudos Internacionais e Políticos na University of New South Wales, explica que o departamento responsável pelas relações internacionais (State Department) e o Pentágono apresentavam posições distintas. Apesar de o governo mostrar preocupação com a situação em Timor-Leste, o Pentágono não se queria envolver de modo a preservar a relação militar com a Indonésia.

Só mais tarde, após uma vitória esmagadora a favor da independência e de numerosos relatos sobre a violência de que Timor-Leste estava a ser alvo, os EUA decidiram suspender a relação militar e o apoio à Indonésia.






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