Numa época marcada por uma elevada inflação, os investidores apostas em ativos de refúgio, como é o caso do outro, que teve em 2022 a procura mais alta desde 2011, impulsionada por um aumento nas compras por parte dos bancos centrais. E o seu preço pode subir ainda mais.
Em 2022, a procura anual por ouro aumentou 18% para 4.741 toneladas. No que respeita ao seu preço, a onça está nesta quarta-feira em 1.945 dólares, ou 1.742 euros.
As compras do bancos centrais mais do que duplicaram, fixando-se em 1.136 toneladas, tendo o grosso destas compras ocorrido na segunda metade do ano, revela o ‘elEconomista’.
Num período em que os bancos centrais procuram diversificar as suas reservas, no meio da turbulência que a guerra na Ucrânia está a gerar, da inflação e das dúvidas sobre o sistema monetário, a onça de ouro valorizou até aos 1.930 dólares (1.778 euros).
Ainda assim, os especialistas esperam que os aumentos continuem a subir e o ouro chegue a 2.000 dólares (1.843 euros).
A desvalorização esperada do dólar e a perda de peso desta moeda no comércio mundial de matérias-primas também jogam a favor do ouro, já que a onça é denominada na moeda norte-americana. Ou seja, quanto menos “vale” o dólar, mais alto será o preço do ouro em dólares.
A desdolarização dos preços das commodities com o yuan a ganhar terreno no comércio do petróleo e a possível troca de commodities baseada em rúpias no Médio Oriente são alguns dos fatores para o enfraquecimento do dólar. No entanto, estas notícias são positivas para o ouro.
De acordo com os economistas do BCA Research, há mais fatores que levarão o ouro acima dos 2.000 dólares a onça. “O aumento do risco de guerra no Médio Oriente e na Ásia vai manter os mercados cautelosos”, sendo o ouro “um refúgio seguro contra a erosão do papel-moeda”, revela a mesma fonte.














