EDP: Criação de valor
Vivemos na era da inovação no sector da energia e a EDP tem liderado esta transformação, contribuindo para aumentar as opções de energia limpa em mais de 20 mercados de três continentes. Para as organizações e, em particular, para empresas líderes na transição energética como a EDP, estas mudanças são um desafio acrescido, pois se a mudança não for rápida e eficaz, a empresa corre o risco de ficar para trás e de não acompanhar o ritmo do mercado, e as exigências da sociedade. «Por isso, a EDP tem feito uma grande aposta no empreendedorismo e na difusão de uma cultura empreendedora. Queremos encorajar a experimentação, o pensamento crítico, a aprendizagem constante e a colaboração. E, numa altura em que a inovação e a tecnologia desempenham um papel cada vez mais importante no sector energético, o grupo faz parte de diferentes iniciativas que procuram e apoiam projectos inovadores que façam a diferença no sector e que possam levar a EDP a desenvolver projectos e processos internos de uma forma mais rápida e eficaz», explica fonte oficial da EDP.
Actualmente, não há na estratégia actual da empresa uma canalização do investimento para mercados específicos. A EDP é uma empresa global, com presença em 28 mercados e tem várias iniciativas ligadas às startups e ao empreendedorismo com uma chamada global, sem qualquer preferência geográfica. A companhia é ainda fundadora de dois programas de aceleração de startups – Starter Energy e Free Electrons – que já receberam milhares de candidaturas de equipas de todo o mundo. E a EDP Ventures tem um portefólio de 36 empresas que são dos EUA, Brasil, vários países da Europa, Israel, Bangladesh, Austrália ou Singapura, onde anunciaram o mais recente investimento.
INOVAÇÃO
A inovação aberta tem o potencial de criar valor nas unidades de negócio da EDP, através de colaborações com parceiros de inovação (startup, PME e projectos académicos) numa forma mais disruptiva e menos centralizada, a fim de pensar em como inovar e melhorar determinadas áreas ou a empresa no geral. Este tipo de colaborações permitem reduzir o tempo entre desenvolvimento e comercialização, criar novos mercados e diminuir custo em diversas etapas dos nossos processos. «O Energy Starter e o Free Electrons são os nossos programas principais de inovação aberta, através dos quais já foram desenvolvidos mais de 136 projectos (pilotos, rollouts e investimentos) nos últimos seis anos», acrescenta a mesma fonte.
Neste sentido, podemos destacar a Yotta, startup norte-americana que participou no programa Energy Starter e venceu a quinta edição, desenvolvendo uma solução de armazenamento de energia solar que foi um caso de sucesso e que recebeu posteriormente investimento da EDP Ventures.
Já a Vyntelligence, startup que participou no Free Electrons, vai permitir à empresa testar a ferramenta de smart video que, através de inteligência artificial, facilita a entrega de relatórios de operações no terreno (a Vyntelligence é tambem uma startup investida pela EDP Ventures).
Outro caso de sucesso é a Net2- Grid, startup investida inicialmente pela EDP Ventures e que participou posteriormente no Free Electrons. Esta equipa desenvolve produtos para clientes residenciais que são vendidos em parceria com fornecedores de energia. A sua plataforma reduz o custo de atendimento a esses fornecedores e aumenta o envolvimento do cliente.
A EDP Ventures, enquanto braço de capital de risco do grupo EDP, olha para todos os seus investimentos com um ângulo financeiro, mas acima de tudo um ângulo estratégico, através do qual pretende aportar valor ao grupo EDP no médio/longo prazo, viabilizando novas soluções e modelos de negócio que permitirão liderar a transição energética em curso. «Há uma parte importante da transição energética que resultará de um caminho já definido que se trata apenas de executar, como o aumento da produção de energia de fontes renováveis eólicas e solares, onde a inovação é mais incremental. Mas há outra parte desta transição que, neste momento, ainda está na sua fase inicial e onde ainda há um grande caminho de descoberta. É o caso, por exemplo, da descarbonização, onde a inovação é mais disruptiva», sublinha a mesma fonte oficial.
NOVOS NEGÓCIOS
O empreendedorismo é, sem dúvida, uma fonte de inovação essencial para o futuro. A capacidade de ver para além daquilo que existe, de pensar fora da caixa e, sobretudo, de não deixar de encontrar as melhores soluções, é algo muito valioso e que todos nós deveriamos cultivar. Através das áreas de Startup Engagement e EDP Ventures, a aposta da EDP em inovação externa, o empreendedorismo é já bastante presente, representando um papel muito importante nesta estratégia.
«Estamos também concentrados em desenvolver o empreendedorismo interno, a que chamamos o intrapreneurship (empreendedorismo corporativo). Com o intrapreneurship, queremos sobretudo fomentar uma cultura de inovação inclusiva a todos os colaboradores, sendo uma forma de despertar o espírito inovador e empreendedor que a organização precisa para avançar», refere fonte oficial.
Outra das iniciativas que importa destacar é o programa Nau, que tem o objectivo de apoiar a formação de novos empreendedores e criação de novos negócios em Sines e em Santiago do Cacém, região onde a empresa tem mantido uma presença activa e uma forte proximidade com a população. Na actual edição, o programa Nau identificou 17 projectos de negócio que podem gerar, pelo menos, 40 postos de trabalho directos – entre esses projectos está o lançamento de uma marca de roupa sustentável, um laboratório de sabão artesanal, uma consultora em agroturismo, uma rede social para eventos ou um atelier de confeitaria que aproveita os excedentes alimentares, entre outros que o programa Nau quer ajudar a nascer.
Depois de seleccionados, os empreendedores (entre os quais estão alguns ex-trabalhadores da Central da Sines) passam por uma fase de preparação, orientada pelo Sines Tecnopolo, parceiro do programa, que inclui acesso a formação sobre temas como, por exemplo, definição de estratégia, gestão de operações e de recursos humanos ou marketing, numa acção de formação intensiva e prática que será essencial para que consigam passar das ideias de negócio à actividade empresarial. O Nau também ajuda no acesso a fundos para o arranque das pequenas empresas e garante acompanhamento especializado durante os primeiros dois anos de vida da empresa, de forma a potenciar as suas hipóteses de sucesso.
Este programa Nau faz parte de um projecto mais alargado – “Futuro Activo Sines” – que pretende actuar em três áreas prioritárias: acção social e desenvolvimento, emprego e empreendedorismo, requalificação e oportunidades futuras. Entre as iniciativas em desenvolvimento incluem-se, por exemplo, o GLES (Gabinete Local de Encaminhamento Social) que tem ajudado a população local a identificar oportunidades profissionais, de formação e também de empreendedorismo, entre outras alternativas que possam gerar postos de trabalho.
«É apenas uma das muitas iniciativas com que a EDP pretende reforçar o impacto positivo na sociedade e envolvê-la no processo de transição energética que está em curso. Esse é, aliás, um dos eixos prioritários da nova estratégia global de impacto social – EDP Y.E.S. (You Empower Society) – recentemente anunciada pela EDP, que prevê um investimento acima de 35 milhões de euros por ano em projectos que promovam uma transição justa, ajudem a combater a pobreza energética e proporcionem mais educação e cultura», conclui fonte oficial.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Empreendedorismo e Apoio a Startups”, publicado na edição de Maio (n.º 194) da Executive Digest.