Petróleo russo negociado 35 dólares abaixo do preço do Brent. E pode ficar ainda mais barato

Esta terça-feira, dia 31 de maio, o preço do barril de petróleo russo esteve a ser vendido a 34,45 dólares abaixo da referência de mercado do Brent, que está atualmente nos 118 dólares.

Os dados são revelados pelo portal ‘Statista’, que aponta para uma ligeira estabilização, ao longo das últimas semanas, na relação entre os preços do Brent e os preços da principal marca de petróleo russo, o Urals, numa diferença de 35 dólares, com o último a ser negociado a um preço mais baixo.

Durante o mês de abril, o petróleo russo esteve a ser vendido a um preço médio de 70,5 dólares por barril, com o mesmo portal a indicar que no final de fevereiro e durante o mês de março, já em plena guerra na Ucrânia, “o desconto aumentou significativamente”.

Entre os dias 22 de fevereiro e 19 de abril, o preço do Urals face ao Brent caiu 33,15 dólares.

Avança a ‘Bloomberg’ que é habitual o Urals ser negociado a um preço mais reduzido do que o do Brent, mas a diferença tem vindo a aumentar significativamente nos últimos meses, transmitindo a ideia de que a Rússia, que é um dos maiores produtores de petróleo a nível mundial, não está a ser capaz de tirar proveito do rally que se tem observado nos mercados internacionais do petróleo.

As sanções ocidentais contra a Rússia, no encalço da invasão militar lançada sobre a Ucrânia, têm obrigado o Kremlin a procurar novos mercados onde vender o petróleo, e foi na Ásia, especialmente na Índia e na China, que Moscovo encontrou um terreno relativamente fértil para tentar recuperar a perda de compradores europeus. Esses importadores asiáticos têm aproveitado os preços mais baixos para aumentar os volumes de petróleo comprados à Rússia. Mas se o país tentar aumentar os preços, pode vir a perdê-los.

Nesse sentido, o mesmo órgão de comunicação social prevê que o governo russo venha a aprofundar os descontos sobre o petróleo vendido no estrangeiro para manter o interesse dos mercados asiáticos, principalmente depois de a União Europeia ter endurecido a sua posição face à Rússia, com um novo pacote de sanções que prevê a redução em 90% da dependência do combustível russo até ao final de 2022.

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