CEOs redefinem as regras dos negócios

Dois terços dos CEOs concordam que há uma nova alavanca para o crescimento dos negócios. E dizem-nos mais, segundo a 5ª edição do Global CEO Outlook conduzido pela KPMG Internacional, entrámos numa nova era da liderança.

Os CEOs deparam-se com uma escolha difícil. Perante uma transformação a nível ambiental, económico e tecnológico sem precedentes, os CEOs a nível mundial são confrontados com decisões associadas a um elevado grau de incerteza. “Hoje, um CEO bem-sucedido é um CEO ágil”, refere em comunicado Bill Thomas, global chairman da KPMG. Para o líder da KPMG Internacional, “Ser bem-sucedido num mundo de volatilidade e incerteza requer diversas competências de liderança, particularmente no que diz respeito às grandes multinacionais. Não se trata apenas de uma questão de defender a sua posição e tomar medidas que visem manter a vantagem competitiva. Actualmente, os CEOs necessitam de ter a audácia para interromper os seus modelos de negócio caso necessário, construindo novas parcerias, considerando estratégias alternativas de Fusões & Aquisições (M&A – Mergers and Acquisitions) e reforçando, dessa forma, a experiência da sua workforce.”

Bill Thomas acrescenta: “O inquérito deste ano diz-nos que entrámos numa nova era de liderança. A agilidade vem do equilíbrio entre a intuição de um CEO e a confiança que os dados lhe transmitem. As decisões estratégicas exigem informação que não tenha um conceito pré-definido. Já não basta conseguir muita informação, em detrimento disso, os CEOs devem usufruir da tecnologia para conseguir obter informação de qualidade. Só assim estarão aptos a desenvolver a resiliência organizacional necessária para impulsionar o crescimento.”

Para Vitor Ribeirinho, deputy chairman da KPMG Portugal, “O CEO Outlook é um marco anual nos insights fornecidos ao mercado pela KPMG. O objectivo é essencialmente fornecer pistas de como responder às principais preocupações dos CEOs a nível global para garantir um crescimento sustentado quer a nível empresarial quer da economia como um todo. Este ano, mais uma vez os dados demonstram a relevância da tecnologia para a optimização e segurança do negócio, bem como das M&A para a entrada em novas áreas mais disruptivas e para acelerar o desempenho através de conhecimento especializado.“

De notar que a pesquisa de 2019 abrange 1300 CEOs de 11 geografias (Austrália, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Holanda, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos da América) e 11 sectores (gestão de activos, automóvel, bancário, retalho, energia, infra-estruturas, seguros, ciências biológicas, indústria, tecnologia e telecomunicações).

 

Algumas conclusões:

Alterações climáticas no centro de um ambiente organizacional multirrisco

As alterações climáticas foram apontadas pelos CEOs como a principal ameaça ao crescimento das empresas (é a primeira vez em cinco anos que este aspecto se sobrepõe a factores tecnológicos, territoriais, de cibersegurança e operacionais) porém, com uma pequena margem entre todas as vertentes, é possível concluir que se trata de um cenário complexo e susceptível a alterações.

Inovação desconectada

A grande maioria dos CEOs (84%) acredita que, considerando a conjectura actual do mercado, é necessário promover uma cultura de “fail-fast” nas organizações, na qual os erros possibilitam uma rápida aprendizagem. No entanto, apenas 56% assume que este tipo de cultura esteja em vigor na sua empresa. Oito em cada 10 CEOs (84%) afirmam ainda que procuram alterar a composição das suas equipas de liderança a fim de desafiar o status quo.

Cibersegurança como catalisador da inovação

A cibersegurança continua no topo da agenda dos CEOs, ainda que apresentando uma descida da segunda para a quarta posição relativamente ao ano passado, enquanto uma das principais ameaças ao crescimento dos negócios. Em 2019, um número superior de CEOs (69% em comparação com 55% em 2018) considera prioritária a criação de uma estratégia robusta de cibersegurança para promover a confiança dos seus stakeholders, sendo que a maioria (71%) considera ainda que a segurança da informação é um factor-chave para a sua estratégia de inovação.

Aquisição de expertise através de M&A

Para muitos CEOs as M&A representam, actualmente, a principal oportunidade para actualizar as competências digitais das equipas. Uma estratégia proactiva de M&A está na agenda de 84% dos CEOs durante os próximos três anos. No cerne da adesão a este tipo de transacções está o facto de que, através de M&A, as organizações conseguem transformar os seus modelos de negócio mais rapidamente do que dando primazia a um crescimento orgânico.

Inteligência Artificial (IA)

A Inteligência Artificial é um tema tido em conta pela maioria dos CEOs, no entanto, apenas 16% admite ter aderido totalmente à implementação de programas de IA e automação. Outros 31% afirmam que, nas suas organizações, a implementação da IA encontra-se numa fase experimental, enquanto 53% informa ter implementado a Inteligência Artificial de um modo limitado. Ainda assim, a grande maioria (65%) admite estar confiante de que a IA criará mais postos de trabalho do que aqueles que destruirá.

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