Crash da Bitcoin e desafios de regulação: Quais as previsões para as criptomoedas em 2022?

A Bitcoin, a criptomoedas mais popular do mercado, teve um crescimento de quase 70% desde o início de 2021, no entanto o escrutínio regulatório intensificado e as flutuações de preços reduziram as perspetivas deste ativo digital, sendo que vários analistas acreditam que terá um declínio acentuado nos próximos meses.

Nos últimos tempos os especialistas têm alertado que o escrutínio regulatório intensificado e as intensas flutuações de preços estão a reduzir as perspetivas da Bitcoin para 2022, avisando ainda que esta está no caminho de uma desaceleração, explica a ‘CNBC’, que recolheu opiniões de especialistas para fazer uma análise.

Carol Alexander, professora de finanças da Sussex University, acredita que a Bitcoin vai afundar até aos 10 mil dólares em 2022, eliminando praticamente todos os ganhos do último ano e meio.

“Se eu fosse um investidor agora, pensaria em sair da Bitcoin em breve, porque o seu preço provavelmente cairá no próximo ano”, disse Alexander, alertando que a Bitcoin “não tem valor fundamental” e serve mais como um “brinquedo” do que como um investimento.

Um caso comum de investimento para a Bitcoin é que esta serve como uma proteção contra o aumento da inflação causado por estímulos governamentais, explica Todd Lowenstein, estrategista-chefe de ações do braço de private banking do Union Bank.

 

A Bitcoin terá mesmo um fim?

Nem todos estão convencidos de que a criptomoedas terá o seu fim anunciado para 2022. “O maior fator de risco, nomeadamente [tapering quantitativo] pelo Fed, foi decidido e provavelmente já cotado”, disse Yuya Hasegawa, analista de ativos digitais de mercado da bolsa japonesa Bitbank.

 

E as outras criptomoedas?

Este ano o preço da Bitcoin ultrapassou os 67.000 dólares e acabou por cair para menos de 30.000 dólares.

No caso da Ethereum, a segunda moeda melhor cotada e usada por desenvolvedores para alimentar aplicativos descentralizados – incluindo NFT – atingiu uma alta histórica de perto de 4.800 dólares no dia 1 de dezembro, e foi negociada em baixa desde então, oscilando entre os 3.600 e os 3.900 dólares na última semana.

Carol Alexander sinalizou ethereum, solana, polkadot e cardano como moedas a ter em atenção em 2022, de acordo com a ‘CNBC’.

“À medida que os investidores começam a perceber os riscos de negociar com Bitcoin, especialmente em locais não regulamentados, eles mudarão para (…) outras moedas pertencentes a blockchains que na verdade desempenham um papel essencial e fundamental nas finanças descentralizadas”, afirmou.

Alexander prevê que a “capitalização de mercado da Bitcoin será metade da capitalização combinada de moedas” como ethereum e solana, “ou até menos.”

Bryan Gross, administrador de rede da plataforma de criptografia ICHI, sublinhou que as finanças descentralizadas e organizações autónomas descentralizadas, “serão provavelmente as áreas de maior crescimento” no mundo da criptografia.

O dinheiro total depositado nos serviços DeFi ultrapassou 170 mil milhões de euros pela primeira vez este ano, e os especialistas esperam que a procura cresça ainda mais em 2022.

 

Regulação pode ser um entrave ao crescimento?

A China baniu completamente todas as atividades relacionadas com criptomoedas e as autoridades dos EUA reprimindo certos aspetos do mercado. Os analistas esperam que a regulamentação seja uma questão-chave para o setor em 2022, revela a ‘CNBC’.

“2022 será um grande ano na frente regulatória, sem dúvida”, disse Vijay Ayyar, Vice-presidente da Luno, que acrescentou que espera ver algum esclarecimento sobre a “zona cinzenta” legal de criptomoedas que não sejam bitcoin e ethereum, que a SEC disse não serem títulos .

Os especialistas acreditam ainda que outra área importante e que será um dos focos dos reguladores para o próximo ano são as stablecoins, tokens cujo valor está vinculado ao preço de ativos existentes, como o dólar americano.

“Sem dúvida que haverá mais escrutínio em torno das stablecoins, à medida que os reguladores examinam a solidez das garantias subjacentes e a quantidade de alavancagem das mesmas”, disse Lowenstein.

Ler Mais





Comentários
Loading...