Futuros sobre a ‘bica’ disparam como não era visto há sete anos. Café já aumentou 90% este ano
As alterações climáticas, conjugadas com as crises nas cadeias de abastecimento, colocaram os dois principais exportadores mundiais de café, o Vietname e o Brasil em xeque.
Os futuros sobre o café arábico, para entrega em março, subiram 2,6%, para os 2,189 dólares, o quilo em Nova Iorque, o maior aumento contabilizado, desde 16 de outubro de 2014. Os preços sobre os futuros subiram mais de 90% no último ano.
Os preços do café podem permanecer “relativamente altos” até 2022 devido à limitação da oferta e impacto da pandemia nos principais produtores mundiais, Brasil, Vietnam e Colômbia, revelou um relatório da Fitch Solutions.
Ondas de geada e seca na América do Sul e um enorme surto de Covid-19 no Vietnam estão a afetar o preço do café. De acordo com a ‘CNBC’, o Vienam é atualmente o segundo maior exportador de café do mundo, e está a lutar contra o pior surto de Covid-19 desde o início da pandemia.
O confinamento e as limitações impostas no país estão a afetar as exportações de café e outros produtos.
“Em agosto, as exportações de café vietnamita caíram 8,7% em relação a julho, para 111.697 toneladas, informou a Reuters, citando dados alfandegários. Entre janeiro e agosto, o Vietnam exportou 1,1 milhão de toneladas de café – 6,4% a menos que no ano anterior, mas a receita das exportações de café cresceu 2%, para cerca de dois mil milhões de dólares, disse a agência de notícias”, pode ler-se na ‘CNBC’.
Já no Brasil e na Colômbia, foi o mau tempo que afetou as colheiras e, com o aparecimento da variante Mu do vírus, pode ser possível a imposição de restrições prolongadas, levando a que a escassez de mão de obra piore a produção, revela a Fitch Solutions.
No entanto, o mesmo relatório revela que é possível que a procura aumente na Europa e Estados Unidos aumente nos próximos meses, já que o levantamento das restrições da Covid-19 deve permitir a reabertura das empresas produtoras de café.