Inflação na China dispara como não era visto desde 1995. Banco Central ‘sobe ao palco’

A pressão da inflação na China está a acumular-se, reacendendo assim um velho debate sobre se o banco central tem margem para facilitar a política monetária para apoiar uma economia enfraquecida.

O índice de preços no produtor (IPP) subiu 13,5% face ao ano anterior, a taxa de variação mais rápida em 26 anos, superando assim a previsão de mercado que previa um aumento de 12,3%.

O índice de preços no consumidor (IPC) subiu 1,5%, o ritmo mais rápido desde setembro de 2020 e acima do consenso do mercado, que falava de uma subida dos preços de 1,4%.

Os preços ao produtor na China aumentaram rapidamente nos últimos meses, primeiro devido à recuperação global dos preços das matérias-primas e depois às reduções de produção desencadeadas por uma crise energética.

A inflação projetada nos consumidores também começa a aumentar, à medida que as questões relacionadas com o clima aumentam os preços dos produtos alimentares e os fabricantes transferem custos mais elevados para os retalhistas.

Os dados “implicam uma ampla pressão inflacionária tanto do lado da produção como do consumidor”, disse Bruce Pang, chefe de investigação macro e estratégica da China Renaissance Securities Hong Kong, citado pela Bloomberg.

“Esta pressão e uma postura de política monetária mais agressiva noutras grandes economias vai provavelmente limitar a margem de manobra da China para o abrandamento monetário”, remata o especialista.