Vila Galé: Elevada qualidade

Desde que a Vila Galé entrou no mercado, em 2001, que sempre considerou o Brasil como estratégico no processo de expansão e consolidação do negócio. Foram pioneiros na introdução do conceito all inclusive e hoje são a maior rede de resorts do país. Em entrevista à Executive Digest, Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da Vila Galé, explica os desafios da empresa para o futuro.

No ano em que celebram 20 anos no Brasil, que balanço fazem da vossa presença e actividade neste país?

Desde que a Vila Galé entrou neste mercado, em 2001, que sempre considerámos o Brasil como estratégico no nosso processo de expansão e consolidação do negócio. Fomos pioneiros na introdução do conceito all inclusive e hoje somos a maior rede de resorts do país. Continuamos a ver oportunidades de crescimento, não só na área da hotelaria, mas também na vertente de exportação de vinhos. Actualmente, o Brasil é também um dos principais mercados para onde enviamos os vinhos e azeites da marca Santa Vitória, que produzimos no Alentejo, e Val Moreira, do Douro. Acreditamos que temos grande notoriedade e reconhecimento no Brasil e que as marcas do grupo têm boa reputação.

Para celebrar os 20 anos de actividade no mercado brasileiro, a Vila Galé lançou uma campanha comemorativa da data. Como correu?

Sim, estamos a preparar várias iniciativas para assinalar os 20 anos desde que abrimos o primeiro hotel no Brasil, o Vila Galé Fortaleza, em Outubro de 2001. E quisemos festejar também com os nossos clientes. Por isso, lançámos esta campanha, que tem tido bastante aceitação. A cada semana oferecemos 20% de desconto num dos hotéis Vila Galé no Brasil. A oferta aplica-se a todas as estadas até 30 dias a contar do início da promoção do respectivo hotel, que é anunciado semanalmente nos perfis oficiais da Vila Galé no Instagram, Facebook e no site.

O Brasil é um mercado estratégico para o Grupo Vila Galé. Têm planos para continuar a crescer e a investir, tanto na hotelaria de praia como nas unidades mais citadinas?

Sim, estamos neste momento a construir mais um resort, o Vila Galé Alagoas, na Praia de Carro Quebrado. Terá 518 quartos, seis restaurantes, Satsanga spa, oito salas de reunião e um parque aquático infantil, num investimento de 150 milhões de reais, que vai gerar à volta de 400 empregos. Prevemos abrir em Julho de 2022. E estamos também atentos a outras oportunidades que possam surgir, seja para construir de raiz, seja para concessões ou gestão de unidades detidas por terceiros.

Como é que se diferenciam da concorrência no Brasil?

Procuramos estar sempre actualizados em termos de conceitos, de produtos, de experiências que proporcionamos aos clientes e até ao nível dos activos, com renovações e melhorias constantes. A diferenciação da marca e da oferta da Vila Galé passa pela elevada qualidade, pela diversidade de hotéis – desde os resorts de praia aos hotéis citadinos –, pelas propostas para os diferentes públicos. Por exemplo, estamos fortemente vocacionados para receber famílias, apostando na animação muito completa tanto para crianças como para adultos, em tipologias de quartos adequadas, no wellness para todos e até na gastronomia pensada para este público. Mas também temos oferta muito competitiva para o turismo corporativo. Por exemplo, o Vila Galé Touros, no Rio Grande do Norte, está equipado com o maior centro de convenções da região. E também nos diferenciamos pela total atenção ao cliente e pela qualificação dos recursos humanos, com formação contínua das equipas.

Qual é o portefólio actual da empresa no Brasil?

Actualmente, o grupo Vila Galé tem nove unidades no Brasil, cinco resorts com tudo incluído – Vila Galé eco resort de Angra, Marés, Eco resort do Cabo, Cumbuco e Touros, no Rio Grande do Norte – e quatro hotéis de cidade – Vila Galé Fortaleza, Vila Galé Salvador, Vila Galé Rio de Janeiro e Vila Galé Paulista, em São Paulo, que é a nossa mais recente unidade. Recentemente, o empreendimento de apartamentos VG Sun, no Cumbuco, saiu do portefólio por estar praticamente todo comercializado.

Mesmo em pleno contexto pandémico, o grupo abriu no ano passado um hotel em São Paulo. Um ano depois, que balanço fazem?

Há muito tempo que ambicionávamos ter um hotel em São Paulo, pela importância que a cidade tem não só no Brasil, mas também na América Latina. É também porque é na Grande São Paulo que estão muitos dos nossos clientes, daí a relevância de termos uma unidade aí. Apesar da situação pandémica, estamos muitos satisfeitos com a performance deste hotel, que beneficia da localização muito central, próxima da Avenida Paulista. Conseguimos captar não só quem viaja em negócios, porque há muitas empresas ali à volta e o acesso ao aeroporto é fácil, mas também quem vai em lazer, porque fica próximo de vários pontos turísticos, como o MASP, Parque Trianon, Casa das Rosas. Além disso, também o Vila Galé Café e a pizzaria Massa Fina conseguem atrair muitos clientes externos, que não estão alojados no hotel, mas que o procuram para tomar uma refeição.

Qual a vossa estratégia para o Brasil, para o próximo ano, 2022?

Além de continuármos atentos a oportunidades de expansão, podemos vir a desenvolver novas experiências, por exemplo conjugando alojamento com oferta cultural, e novos conceitos gastronómicos. Aliás, em breve vamos anunciar uma novidade na área da restauração, no Brasil. A aposta na qualidade e a boa relação qualidade-preço também continuarão a ser centrais na estratégia no Brasil, procurando captar e fidelizar mais clientes. Efectivamente, a estratégia da Vila Galé tem passado pela adaptação à evolução deste mercado, em que o turismo interno é muito forte e a maioria dos clientes são brasileiros, mas onde também recebemos portugueses, argentinos, uruguaios, chilenos. A adequação dos canais de distribuição, o acompanhamento da evolução do transporte aéreo, a divulgação através das redes sociais e do marketing digital, a dinâmica dos operadores turísticos e a constante adaptação da oferta têm sido e continuarão a ser centrais na estratégia, sendo agora essencial que respondam aos desafios do pós-pandemia.

Ao nível do investimento e da evolução do negócio – mesmo tendo em conta o elevado grau de incerteza – quais são as vossas expectativas no Brasil para 2022?

A nossa expectativa é que o Brasil recupere mais rapidamente para os níveis pré-pandemia e em 2022 admitimos que os resultados se aproximem mais dos obtidos em 2018 e 2019.

Quais os ensinamentos que retiraram desta pandemia que abalou o mundo?

A pandemia confirmou que é muito importante sermos resilientes e capazes de reagir rapidamente às adversidades que surgem, procurando responder-lhes da melhor forma possível com a informação disponível no momento. O sector do turismo é muito transversal e, por isso, também muito sensível a situações muito diversas, como é o caso das pandemias. Este último ano e meio tem sido difícil, mas também de grande aprendizagem.

No meio desta crise é possível encontrar algumas oportunidades?

Sim, sem dúvida. No caso da Vila Galé aproveitámos para, por exemplo, acelerar vários projectos relacionados com a digitalização e com a optimização de processos internos. A paragem dos hotéis, apesar dos efeitos negativos que teve, permitiu que pudéssemos dar muita formação às equipas. E aproveitámos para também fazer renovações e melhorias em alguns hotéis. Além disso, lançámos novos serviços como a loja online ou o take away. E lançámos novas linhas de comunicação com os clientes, por exemplo, através das redes sociais.

O perfil do turista também tenderá a mudar? Por exemplo, será um turista com maior preocupação com a sustentabilidade?

Sim, embora essa preocupação já existisse antes da pandemia, tanto por parte dos clientes, como por parte da Vila Galé. É expectável que cada vez mais o sector turístico, clientes incluídos, queira ter comportamentos mais amigos do ambiente e sustentáveis. As medidas praticadas pelos destinos e operadores, hotéis e todos os players no sentido da preservação dos ecossistemas, de atenuar os impactos no clima e de serem mais sustentáveis ganharão mais peso nas escolhas dos consumidores. Serão elementos decisivos e diferenciadores. Outra tendência que poderá ganhar mais relevância é a procura por opções e propostas de bem-estar e wellness, de experiências mais conectadas com a natureza, com o ar-livre. Além disso, com a hipótese do trabalho remoto, poderão surgir novos públicos que queiram aproveitar para também conhecer novos destinos e ter estadas mais prolongadas enquanto também trabalham.

Como é que o Brasil pode transmitir mais confiança e segurança aos turistas?

Tal como os outros destinos, é preciso assegurar que todos os procedimentos de higiene e segurança são cumpridos. E, a nível global, trabalhar para controlar a pandemia e acelerar o processo de vacinação. Por outro lado, será depois promover o país para tentar melhorar a imagem externa.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Empresas Portuguesas no Brasil”, publicado na edição de Setembro (n.º 186) da Executive Digest.

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