Saldo positivo das empresas em Portugal está por “uma unha negra”. Insolvências aumentam 11,6%, número de nascimentos cresce só 12,2%
O número de insolvências diminuíu para 382 em julho deste ano, face às 387 registadas no período homólogo de 2020, o que traduz um decréscimo de 1,3%. Contudo, no acumulado deste ano, há a registar um aumento de 11,6% por comparação com os primeiros sete meses do ano transato. Até final de julho de 2021 foram registadas 3.129 insolvências, adianta um estudo da Iberinform, a filial da Crédito y Caución.
Na análise por tipo de ação é de salientar um aumento de 13% nas Declarações de Insolvência Requeridas (DIR), que ascenderam a 606, enquanto as Declarações de Insolvência Apresentadas (DIA), pelas próprias empresas decresceram 3,1% (de 648 em 2020 para 628). Os encerramentos com Plano de Insolvência evoluíram de 28 em 2020 para 38 em 2021 (+35,7%). Os encerramentos com declaração de insolvência totalizaram 1.857, valor que traduz mais 264 ações que em 2020 (incremento de 16,6%).
Os distritos do Porto e de Lisboa são os que apresentam maior número de insolvências, com 783 e 736 respetivamente. Face a 2020, verifica-se um aumento de 27,8% em Lisboa e de 11,4% no Porto.
Em termos percentuais, os distritos com maiores incrementos nas insolvências são: Vila Real (+87,5%); Guarda (+68,8%); Coimbra (+40%); Castelo Branco (+34,1%); Portalegre (+29,4%); Setúbal (+23,1%), Ponta Delgada (+19%), Braga (+14,4%) e Madeira (+11,6%). No total, 14 distritos apresentam um incremento nas insolvências (63,6%).
Com redução neste indicador evidenciam-se os distritos de: Angra do Heroísmo (-55,6%); Horta (-50%); Bragança (-47,6%); Beja (-28,6%); Faro (-28,2%); Évora (-20,7%) e Santarém (-13,9%). O distrito de Viana do Castelo apresenta-se sem alteração face a 2020 (54 insolvências).
Nos primeiros sete meses de 2021, os setores com maiores incrementos nas insolvências são: Eletricidade, Gás, Água (+160%); Telecomunicações (+75%); Hotelaria e Restauração (+60%); Indústria Extrativa (+60%); Agricultura, Caça e Pesca (+26,5%); Construção e Obras Públicas (+21,5%); Comércio de Veículo (+15%) e Outros Serviços (+11,8%). A Indústria Transformadora (-0,8%) e o Transportes (-13,6%) são os únicos setores com diminuição nas insolvências.
Há mais nascimentos de empresas, em termos acumulados
Em julho deste ano foram constituídas menos 190 empresas que em igual período do ano passado o que traduz um decréscimo de 5,9%. No mês passado surgiram 3.052 novas empresas e no acumulado do ano já foram constituídas 24.134 novas empresas. Este total traduz um acréscimo de 12,2% face a igual período do ano passado, com mais 2.623 empresas.
No distrito de Lisboa, em 2021, já foram constituídas 7.347 novas empresas (+8,38% que em 2020) e no Porto 4.409 empresas (incremento de 12,5% face a 2020).
Com exceção de Vila Real, com um decréscimo de 9,3%, todos os outros distritos registam um aumento de novas empresas sendo os mais relevantes os registados em: Bragança (+54,9%); Horta (+52,6%); Madeira (+52%); Viana do Castelo (+22,4%); Guarda (+21,7%); Leiria (+20,7%); Angra do Heroísmo (+20,3%); Santarém (+18,2%); Beja (+18%); Évora (+17,6%) e Viseu (+16,4%).
Por setores, a criação de novas empresas é mais significativa no Comércio a Retalho (+33,6%); Indústria Extrativa (+33,3%); Agricultura, Caça e Pesca (+25,4%); Outros Serviços (+18,3%) e Construção e Obras Públicas (+17,7%). Apenas os setores dos Transportes (-32,5%) e Eletricidade, Gás, Água (-13,3%) apresentam variação negativa.