Ensaio: Volkswagen Passat 2.0 TDI 190cv DSG Highline
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A gama do Volkswagen Passat é, em Portugal, alicerçada apenas nos motores Diesel, que vão desde os 120 cv do bloco 1.6 TDI até aos 240 cv do 2.0 TDI biturbo, unicamente disponível com tracção integral. Contudo, apesar da oferta até ser relativamente extensa, a preferência dos portugueses recai quase sempre pela versão 1.6 TDI, com caixa manual de seis velocidades, associada à carroçaria Variant e ao nível de equipamento Confortline, como a Automonitor já ensaiou.
Desse modo, onde se encaixa este Volkswagen Passat 2.0 TDI 190cv DSG Highline? Poderá dizer-se que ainda resistem clientes mais interessados na carroçaria de três volumes, que não dispensam um motor potente e que reconhecem todas as comodidades de uma caixa de velocidades automática. Esses, terão aqui uma excelente aposta, até porque a diferença para a versão de 150 cv, também com caixa DSG e mesmo nível de equipamento, é de apenas 1250 euros, o que a coloca numa posição pouco interessante. Já para o motor 1.6 TDI de 120 cv, associado à caixa DSG, a diferença aproxima-se dos 4000 euros, o que se entende pelos 70 cv e 150 Nm extra deste motor de 190 cv. A derivação mais potente do bloco 2.0 TDI já empurra o preço para uns proibitivos 52.000 euros.
No ensaio à versão 1.6 TDI 120 cv, ficou patente que o mais pequenos dos motores Diesel do Volkswagen Passat é perfeitamente capaz para mover o familiar médio germânico, nunca deixando o condutor-tipo em maus lençóis, presenteando-o ainda com consumos notáveis. Apesar de toda a competência do pequeno Diesel alemão, a verdade é que potência nunca é demais, havendo uma notória diferença na disponibilidade entre ambos os motores, o que ainda é acentuado pela presença da caixa de dupla embraiagem, DSG. Com 400 Nm de binário disponíveis a partir das 1750 rpm, o motor 2.0 TDI de 190 cv é extremamente solícito aos desejos do condutor logo a partir dos baixos regimes, mostrando-se ainda bastante linear na entrega de potência por toda a faixa de rotações do taquímetro.
Se em cidade a diferença para o motor 1.6 TDI não faz uma real diferença, até porque grande parte da maior qualidade de condução surge da presença da caixa DSG, já em auto-estrada e nacional as diferenças são bastante evidentes, principalmente nas retomas de velocidade. No caso dos condutores mais apressados, que já notarão algumas limitações no bloco mais pequeno, a sua preferência terá de recair obrigatoriamente neste 2.0 TDI 190 cv.
Por outro lado, os consumos do bloco mais potente são nitidamente superiores, não sendo fácil rodar abaixo dos 6,0 L/100 km, mesmo com alguma contenção sobre o pedal mais à direita, ao contrário do que acontece com o bloco mais pequeno.
Comum a toda a gama é uma estética algo banal, sem grandes motivos de interesse, ainda que, no caso da unidade ensaiada, o discreto pacote R-Line torne este Passat um pouco menos conservador e mais agradável à vista.
O habitáculo, mantendo uma linha de desenho austera, acaba por convencer totalmente pela qualidade de construção de alto nível, seja pelos excelentes materiais aplicados ou pelo rigor da montagem, a que ainda se junta imenso espaço para os cinco passageiros. Igualmente isenta de críticas é a posição de condução, que é bastante fácil de encontrar, graças à enorme amplitude de regulação do banco e coluna de direcção.
A unidade ensaiada contava com umas opcionais jantes de 18”, que resultam bem esteticamente, mas que são pouco amigas do conforto em mau piso, não escondendo o aumento do peso não-suspenso sempre que não conseguimos evitar as muitas crateras das nossas estradas. Nem mesmo a presença da suspensão de amortecimento pilotado, DCC, é capaz de atenuar tal facto.
A suspensão de amortecimento pilotado é, aliás, um opcional obrigatório, principalmente nesta versão de 190 cv, pois é a única forma de aliar um excelente nível de conforto a um comportamento minimante acutilante, ao contrário do que acontece nos Passat sem o dito sistema. No caso da unidade ensaiada, contamos ainda com a presença do Bloqueio eletrónico do diferencial, XDS, o que acaba por garantir melhor níveis de tracção e precisão no eixo dianteiro. O Passat não passa a ser o melhor do segmento no capítulo dinâmico, mas fica bem mais interesante.
No modo Sport, temos ainda um acelerador com uma programação mais desportiva e a contamos com a caixa DSG sempre no modo desportivo, o que torna as passagens mais rápidas e com melhor utilização de toda a faixa de rotação. Pena a direcção ficar excessivamente pesada, mas é algo que pode ser atenuado através do modo individual.
Além dos modo Sport, Normal, Individual e Comfort, temos o modo Eco, que reduz a potência do ar condicionado, torna o pedal do acelerador um pouco inerte e activa a função “velejar”, que desacopla a transmissão quando rodamos, em plano ou a descer, a velocidade estabilizada, o que ajuda a reduzir os consumos.
Na verdade, são modos a mais e, na minha opinião, o melhor é mesmo o modo Individual.
Veredicto
Neste nível de equipamento Highline, o preço do Volkswagen Passat 2.0 TDI 190cv DSG é de 42.297 euros, mas o nível de equipamento de série não é especialmente recheado, sendo preciso investir uns milhares de euros para aceder a elementos como os faróis de LED, o sistema de navegação, a suspensão de amortecimento pilotado, ou até ao excelente painel de instrumentos digital, o que faz com que a factura da unidade ensaiada atinja uns elevados 51.341 euros. É um excelente automóvel, sem qualquer dúvida, mas o seu preço coloca-o demasiado próximo de propostas com uma embalagem muito mais atractiva e capazes de transmitir uma imagem muito mais premium.
FICHA TÉCNICA
Motor | |
Tipo | 4 cilindros em linha, long., inj. directa common-rail, biturbo |
Cilindrada | 1968 |
Diâmetro x curso (mm) | 81,0×95,5 |
Taxa compressão | 15,8:1 |
Potência máxima (cv/rpm) | 190/3500 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 400/1750-3000 |
Transmissão e direcção | |
Tracção | Dianteira |
Caixa | Dupla embraiagem de 6 velocidades |
Direcção | Pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica |
Dimensões e pesos | |
Comp./largura/altura (mm) | 4767/1832/1441 |
Distância entre eixos (mm) | 2786 |
Largura de vias fte/tras. (mm) | 1590/1574 |
Travões fr/tr. | Discos ventilados/discos |
Peso (kg) | 1549 |
Capacidade da bagageira (l) | 586-1152 |
Depósito de combustível (l) | 66 |
Pneus série | 215/55 R17 |
Prestações e consumos | |
Aceleração 0-100 km/h (s) | 7,7 |
Velocidade máxima (km/h) | 235 |
Extra-urb./urbano/misto (l/100 km) | 4,1/5,4/4,6 |
Emissões de CO2 (g/km) | 119 |
Preço (Euros) | 42.297 |
Preço da unidade ensaiada (Euros) | 51.341 |
Equipamento de série
ABS
Airbag condutor e passageiro
Airbags laterais
Airbags de cortina
Isofix
Controlo electrónico de estabilidade
Indicador multifunções “Premium” com display a cores
Inserções decorativas em alumínio escovado
Apoio de braço dianteiro
Luzes traseiras com tecnologia LED
Ar condicionado automático com três zonas
Bancos dianteiros aquecidos
Sensores dianteiros e traseiros de ajuda ao estacionamento
Jantes de 17″
Cruise Control adaptativo ACC
Direcção assistida electromecânica
Espelhos retrovisores exteriores reguláveis electricamente
Sensor de luz e chuva
Sistema de detecção de fadiga
Volante multifunções em couro
Opcionais da unidade ensaiada
Pintura metalizada (€525)
Câmara Traseira (€360)
Suspensão Adaptativa DCC com seletor de perfil de condução (€995)
Patilhas da caixa no volante (€86)
Faróis dianteiros em LED com luz de curva (€1404)
Pacote de Segurança High (€1279)
Sistema de Navegação “Discover Pro” (€1675)
Bloqueio eletrónico do diferencial XDS (€199)
Espelhos exteriores elétricos rebatíveis (€144)
Active Info Display (€468)
Jantes em liga leve 18″ (€701)
Pacote R-Line exterior: pára-choques dianteiro com design “R”, entradas de ar específicas, grelha de proteção do radiador com o logotipo “R-Line”, frisos decorativos cromados em torno das janelas (€1208)