Volkswagen não exclui acordos diretos com fabricantes de semicondutores
De acordo com a agência de notícias Reuters, a Volkswagen está a considerar comprar chips diretamente aos fabricantes devido à escassez global de stock de semicondutores que o mercado enfrenta desde o primeiro confinamento motivado pela pandemia de covid-19.
Segundo uma fonte da Reuters na Volkswagen, “estamos a pensar em relações contratuais diretas. A indústria tem de reagir no que diz respeito à questão dos semicondutores”.
Em todo o mundo os fabricantes do setor automóvel têm vindo a ajustar as linhas de montagem devido à falta de semicondutores, motivada por uma recuperação mais rápida do que o esperado depois dos primeiros meses de pandemia, em que as fábricas reduziram ou suspenderam a produção.
A Volkswagen, que já tinha alertado para este problema no início de dezembro de 2020, recebe hoje os chips através de grandes fornecedores como a Bosh ou a Continental e não tem contratos diretos ou acordos de fornecimento com fabricantes de semicondutores.
Este é um problema global do setor que, além da Volkswagen, também afeta outras marcas como a Ford, a Toyota, a Nissan ou a Daimler. Estas marcas têm sido obrigadas a cortar na produção ou a reduzir horas de trabalho devido à falta destes componentes.
Segundo a Reuters, a Volkswagen já estará em múltiplas conversações com fabricantes de chips para assegurar que o problema fica resolvido e que estes fornecedores sabem exatamente o que a marca alemã precisa.
Um estudo da McKinsey indica que em 2019 os fabricantes do setor automóvel contribuíram em cerca de um décimo do mercado dos semicondutores, estimado em 429 mil milhões de dólares. A NXP Semiconductor, a alemã Infineon e a nipónica Renesas são três dos principais fornecedores deste setor.
A fonte da Reuters refere ainda que será essencial não depender de um fornecedor único, dado que que não se sabe exatamente o que causou esta escassez – e que futuros problemas poderão surgir. Por outro lado, a marca alemã poderá vir a armazenar socks maiores, uma vez que os chips não ocupam tanto espaço como outros componentes da indústria.
A Reuters refere que nem a Bosh nem a Continental quiseram comentar esta alteração do modo de funcionamento da Volkswagen. Em todo o caso, a marca alemã prevê que esta situação se mantenha ao longo do primeiro trimestre, mas que a disponibilidade de semicondutores aumente entre abril e junho. O objetivo será tentar compensar os atrasos na produção no segundo semestre do ano.