Jogo do “gato e do rato” entre Pequim e Bitcoin sobe mais um degrau e “criptoqueen” volta a cair

O preço da Bitcoin voltou hoje a cair mais 8% para os 30.875 euros, após ter recuperado ontem cerca de 4%, dando esperanças aos investidores que assistem incrédulos à queda de 40% em apenas três dias da rainha das criptomoedas, que em março bateu nos seus gloriosos 58 mil euros.

Esta queda deve-se a mais um ataque de Pequim. Hoje de manhã, o vice primeiro-ministro chinês Liu He pediu uma regulação mais apertada contra a mineração e a negociação das moedas digitais, de forma a proteger o sistema financeiro.

“É necessário manter o bom funcionamento dos mercados de ações, obrigações e câmbio, assim como punir severamente as atividades financeiras ilegais”, afirma o comunicado, assinado pelo número dois do Governo chinês.

As novas palavras de Pequim surgem ainda um dia depois dos EUA se terem comprometido, diante de vários escândalos de branqueamento de capitais como o que está a assolar a exchange Binance, a apertar o cerco “a todos aqueles que usam as criptomoedas para conduzir atividades ilegais e fugir aos impostos”. Para tal o Tesouro vai exigir relatórios de transação a todas as transferências de moedas digitais com valor superior a 9.200 euros.

Na terça-feira, três entidades bancárias chinesas emitiram um comunicado a alertar as instituições financeiras do país para que estas não realizem qualquer tipo de negócio com Bitcoin, seja através de negociação, como reserva de valor ou até como simples moeda de troca em transações.

Este braço de ferro da China contra as moedas digitais não é uma novidade. Em 2017, Pequim encerrou as Exchanges locais e proibiu as chamadas ofertas iniciais de moedas (ICO).

Este ataque contra as criptomoedas surgiu menos de uma semana depois de Elon Musk ter publicado no Twitter que a Tesla não aceitaria mais a Bitcoin como forma de pagamento, invocando a proteção do meio ambiente.