Clubhouse: China bloqueia nova rede social do momento. Utilizadores discutiram assuntos políticos na app

A nova rede social do momento onde só se entra por convite, a Clubhouse, foi utilizada de forma livre e sem censura na China apenas até esta segunda-feira, uma vez que foi bloqueada no país depois de os utilizadores terem discutir assuntos políticos na aplicação.

Trata-se de uma rede social onde só podem entrar os utilizadores que forem convidados. Não se trata, por isso, de uma experiência ao alcance de todos, e a própria app está a ganhar popularidade por ser mais restrita do que outras redes sociais. A aplicação funciona como um espaço para conversas áudio entre amigos ou pessoas de diferentes pontos do mundo.

Alguns utilizadores chineses estavam a pagar mais de 50 euros por um convite para entrar na app, e nas salas de chat estavam a ser discutidos temas como os campos de detenção de Uigures, em Xinjiang, e a independência de Taiwan.

Michael Anti, um jornalista e analista político na China, escreveu no Twitter esta segunda-feira de manhã que “a Clubhouse estava agora bloqueada na maioria das cidades chinesas”.

Pouco tempo depois, Li Yuan, colunista do New York Times na Ásia, escreveu: “A minha cronologia do Wechat está cheia de publicações sobre a Clubhouse estar bloqueada na China. Que breve momento de liberdade de expressão”, como se lê na publicação.

Também a agência Bloomberg relatou que os utilizadores locais já não podiam aceder à aplicação.

A proibição surge depois de os utilizadores chineses inundarem a app para conversar sobre política e outros tópicos sensíveis para o governo chinês.

Os utilizadores chineses estavam tão interessados em aceder à Clubhouse que estavam a pagar entre 50-400 yuan (entre 6 e 60 euros) por um convite em sites de comércio eletrónico chineses populares.

Os campos de detenção na cidade chinesa de Xinjiang, bem como a independência de Taiwan e a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong têm sido tópicos de discussão populares.

Uma sala de chat atraiu cerca de 700 participantes no domingo, que compararam os sistemas políticos da China e de Taiwan e expressaram preocupação sobre o partido único na China.

A aplicação foi lançada no início deste ano e tinha sido descarregada 2,3 milhões de vezes até 31 de janeiro, de acordo com a empresa de análise móvel Sensor Tower. A rede social disse ter, pelo menos, 2 milhões de utilizadores.