Covid-19: Produção de vacinas da J&J na Europa sofre revés. UE teme novo atraso
A farmacêutica Johnson & Johnson (J&J) vai enviar algumas doses da vacina contra a covid-19 encomendadas pelo bloco europeu para os Estados Unidos, para as fases finais de produção. O anúncio suscitou preocupações de que o plano de vacinação da União Europeia (UE) possa sofrer um novo atraso.
Segundo o jornal britânico Express, a Comissão Europeia foi informada na semana passada que a Johnson & Johnson teria de enviar alguns dos seus fornecimentos de vacinas de fabrico europeu para os EUA para serem colocados em frascos, embalados e depois enviados de volta.
Ainda assim, a gigante farmacêutica insistiu que é capaz de entregar as doses da sua vacina dentro do prazo previsto. Recorde-se que a Comissão Europeia encomendou 200 milhões de doses à empresa farmacêutica, mas tem a opção de duplicar a sua compra.
Devido a cláusulas de confidencialidade no contrato, a Comissão Europeia, que negociou o acordo em nome dos Estados-membros da UE, não conseguiu revelar quantas doses da vacinas serão terminadas nos Estados Unidos.
A J&J tem fábricas de produção nos EUA, onde a empresa está sediada, mas também assegurou instalações nos Países Baixos, Itália e Espanha, e ainda na África do Sul e na Índia.
A vacina da Johnson & Johnson é de dose única, ao contrário da produzida pela Pfizer/ BioNTech e da AstraZeneca/ Oxford, que requerem em ambos os casos duas doses
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) ainda não aprovou a vacina para utilização em toda a UE. Espera-se que o fármaco receba ‘luz verde’ no final deste mês.
A Johnson & Johnson divulgou recentemente os dados de ensaio que provaram que a vacina é 66% eficaz contra a covid-19 e e 85% eficaz contra infeções graves. A vacina da J&J é mais simples porque só requer uma toma e pode ser mantida num frigorífico durante três meses.
Até agora, a União Europeia autorizou três vacinas: a da Pfizer/ BioNTech, a da Moderna e a da AstraZeneca/ Oxford.