Ensino à distância: Hoje é dia de regresso às aulas (e isto é o que precisa de saber)

O regime de ensino não presencial vai ser retomado esta segunda-feira, dia 08 de fevereiro, tal como anunciou o Governo, no final do mês passado, em que foram tomadas novas medidas de contenção da pandemia de covid-19.

Cerca de 1,2 milhões de alunos voltam a ser obrigados a trocar, por tempo indefinido, as salas de aula pelas suas casas, quase um ano depois de, em março, o Governo ter encerrado as escolas e implementado o ensino à distância para conter a pandemia de covid-19.

À semelhança do que aconteceu no ano passado, algumas escolas vão manter-se abertas para acolher os filhos de trabalhadores essenciais, e agora também as crianças com necessidades educativas e todos aqueles identificados como pertencendo a grupos de risco.

No total, são cerca de 700 escolas, que a meio da semana passada eram frequentadas por mais de 2.500 alunos, esperando-se mais com o início das aulas.

Novo calendário escolar

Para além de um ensino à distância, as novas medidas para o setor da educação determinam ainda uma alteração do calendário escolar, nomeadamente com a suspensão das férias de Carnaval, e a redução das da Páscoa.

«O calendário escolar sofrerá alterações através de despacho, permitindo recuperar os 11 dias úteis da atual pausa letiva», pode ler-se no comunicado enviado às escolas, onde se especifica os ajustes que serão efetuados.

As alterações consistem na supressão da pausa letiva de Carnaval, prevista de 15 a 17 de fevereiro; alteração na pausa letiva da Páscoa, que passa a ter início no dia 29 de março e a terminar a 1 de abril e na alteração das datas de conclusão do terceiro período para os diferentes anos de escolaridade.

Ensino online é reforçado com mais computadores. Pais têm direito a apoios

Na quinta-feira o Governo aprovou a aquisição de mais de 15 mil computadores para as escolas portuguesas, «que vão somar-se aos 100 mil kits já distribuídos às escolas no 1.º período letivo e aos 335 mil equipamentos comprados no âmbito do programa Escola Digital, com recurso a fundos comunitários», lê-se numa nota da tutela.

Na mesma comunicação, é ainda referido que a resolução «autoriza uma realização de despesa adicional de 4,5 milhões de euros, permite responder à oportunidade de mercado que surgiu nos últimos dias», sendo que «o procedimento de compra destes 15 mil computadores está já a ser desencadeado pela Secretaria-Geral da Educação e Ciência».

Adicionalmente, no sentido de tentar agilizar os procedimentos para ultrapassar os atuais constrangimentos logísticos no transporte internacional de carga, o Governo tem vindo a trabalhar com as empresas fornecedoras para procurar garantir que a entrega dos 335 mil computadores já comprados aconteça dentro dos prazos contratualmente previstos», acrescenta.

Em virtude da suspensão da atividade letiva nos últimos 15 dias e da retoma das aulas online, medidas que afetam diretamente todos os pais que precisam de ficar em casa para dar apoio aos seus filhos, o Governo recuperou ainda o apoio criado em março de 2020, durante o primeiro confinamento.

Em causa estão medidas para apoiar as famílias com crianças com idade igual ou inferior a 12 anos, bem como pais com filhos que tenham doença crónica ou deficiência. No entanto, o apoio não cobre a totalidade do salário – só 66%, metade é paga pela entidade empregadora (33%) e a outra metade é paga pela Segurança Social (mais 33%).

De ressalvar que o apoio financeiro corresponde a dois terços do vencimento base bruto e não do vencimento total. Veja aqui todas as perguntas e respostas sobre estes apoios, a quem se destinam, qual a sua duração, como podem ser pedidos, entre outras questões.

Telescola volta a transmitir aulas online e desta vez inclui o secundário. Recorde os horários

Com a retoma das aulas à distância volta também a Telescola, para ajudar os alunos na aprendizagem do ensino online. No início desta semana foram conhecidos os novos horários e toda a programação, que pode consultar aqui.

Desta forma, segundo o que ficou estipulado, as aulas online começam às 9h da manhã e terminam às 16h30, mais cedo que aconteceu no ano passado, aquando do primeiro confinamento.

O Ministério da Educação decidiu ainda dividir o #EstudoemCasa em duas grelhas semanais, uma que se destina ao ensino básico e outra ao ensino secundário, de forma a separar as temáticas lecionadas em cada grupo letivo.

Os blocos pedagógicos temáticos diários do ensino básico são transmitidos na RTP Memória e os do ensino secundário nos canais 8 e 444, com interpretação em língua gestual.

Todos os conteúdos permanecem disponíveis na RTP Play, através da aplicação #EstudoEmCasa, e nas plataformas de videoclube nas diferentes operadoras cabo.

Duração das aulas vai depender da idade dos estudantes

As aulas online devem ocupar cerca de 70% do horário letivo, com os restantes 30% a ficarem reservados para trabalho autónomo, que não exige atividade conjunta em tempo real entre professores e alunos.

Esta percentagem não passa de uma referência usada pelas escolas, uma vez que o Ministério da Educação deu aos estabelecimentos de ensino autonomia para que, em função da idade dos alunos e das características das turmas, pudessem organizar as aulas.

No pré-escolar, por exemplo, as aulas devem ficar-se apenas por meia hora de manhã e outra meia hora à tarde, já no primeiro ciclo, as aulas à distância devem ocupar no máximo três horas, de um total de cinco a que os alunos estariam sujeitos no ensino presencial e sempre com intervalos pelo meio.

Por sua vez, no caso do segundo ciclo e secundário os professores têm como referência os tais 70%, também com intervalos.

*Com Lusa