Itália ameaça ação legal contra a Pfizer devido a atrasos na entrega das vacinas
A Itália está a considerar avançar com uma ação legal contra a Pfizer, depois de a farmacêutica norte-americana ter anunciado um novo corte nas entregas de vacinas contra a covid-19, informou o comissário especial para a pandemia, Domenico Arcuri.
A Pfizer comunicou ao governo italiano, na semana passada, que estava a reduzir as entregas em 29%. Esta terça-feira, a empresa disse que não estava em condições de colmatar o défice de 29% na próxima semana e que estava a planear uma nova “redução ligeira” nas entregas.
“Como resultado, discutimos que medidas tomar para proteger os cidadãos italianos e a sua saúde”, disse Domenico Arcuri numa declaração citada pela agência Reuters. “Foi decidido por unanimidade que estas ações serão empreendidas a partir dos próximos dias”.
Uma porta-voz da Pfizer recusou-se a comentar sobre a ameaça legal italiana e sobre as críticas aos atrasos e redução das entregas.
A farmacêutica informou, na semana passada, que estava a atrasar temporariamente o fornecimento das vacinas contra a covid-19 para a Europa, a fim de fazer “mudanças que iam aumentar a produção”. A Pfizer acrescentou que as mudanças iam “proporcionar um aumento significativo nas doses em finais de fevereiro e março”.
Na Alemanha, o ministro da Saúde ficou descontente com o imprevisto. O estado mais populoso do país (com quase 18 milhões de habitantes) teve de adiar a abertura dos centros de vacinação devido ao atraso. Também a Suíça lamentou que o último carregamento de vacinas fosse inferior ao esperado.
De acordo com a Reuters, Roma está agora a tentar avaliar se a Pfizer está a agir sob força maior ou devido a circunstâncias fora do seu controlo. Caso contrário, a empresa pode ser acusada de violar o contrato que assinou com a União Europeia em nome dos Estados-membro.
Outra possibilidade passa por Roma apelar à União Europeia para apresentar um processo a um tribunal na capital belga, em Bruxelas.