Bruxelas deixa recomendações para o Natal: teletrabalho, pausa lectiva prolongada e bolhas domésticas

A Comissão Europeia não se opõe a viagens realizadas durante o período do Natal, mas recomenda que o teletrabalho seja adoptado por todos os profissionais cujas funções permitam isso mesmo. Este modelo de trabalho remoto deverá ser privilegiado tanto antes como depois da quadra festiva, evitando ao máximo a propagação do novo coronavírus.

Segundo o ABC, estes são alguns dos conselhos incluídos pelo organismo responsável por supervisionar a União Europeia num pacote de recomendações para o Natal. Apesar de não considerar necessário que os Estados-membros banam por completo as deslocações dentro da comunidade, deixa claro que é importante prevenir um surto natalício.

“Embora a viagem em si seja um facto de risco, a transmissão generalizada e intensa de COVID-19 nos Estados-membros significa que, agora, viajar dentro da Europa não representa um risco adicional significativo”, explica a Comissão Europeia, lembrando que grande parte dos países se encontra no mesmo nível pandémico.

A par do teletrabalho, a Comissão Europeia recomenda também que as escolas não regressem ao ensino presencial imediatamente após o Natal. O melhor seria esperarem pelo menos uma semana para voltar a contar com os alunos no mesmo espaço físico, prolongando a pausa lectiva.

Segundo a agência Lusa, Bruxelas pede também aos Estados-membros para definirem critérios claros relativamente a esta época que se aproxima a passos largos. Devem, por exemplo, estipular um número máximo de pessoas por ajuntamento, incentivar a criação de “bolhas domésticas” e estimular as celebrações online.

A Comissão Europeia sugere ainda que seja introduzido ou mantido o recolher obrigatório durante a noite e que as regras para eventos excepcionais sejam definidas sem espaço para dúvidas.

Quanto à população mais susceptível, Bruxelas pede que os Estados-membros “adoptem medidas para assegurar cuidados adequados a pessoas vulneráveis, particularmente em caso de restrições e proibições” à circulação. Este pedido abrange pessoas idosas que vivem sozinhas ou em cuidados residenciais, por exemplo, mas também deficientes, doentes mentais ou sem-abrigo.

Vacina contra a gripe

A Comissão Europeia pede que os países da UE incentivem os respectivos cidadãos a vacinar-se contra a gripe sazonal, caso pretendam viajar nas próximas semanas. Sugere, nesse âmbito, que não haja discriminações nas restrições aplicadas aos viajantes.

A Lusa explica que a recomendação aos Estados-membros é de que “quando disponível, devem encorajar as pessoas que tencionam viajar a obter a vacina contra a gripe sazonal”. Se for solicitada a quarentena e testes aos viajantes, os países devem também assegurar que “estes requisitos sejam proporcionais, não discriminatórios, claramente comunicados e facilmente seguidos”.

Bruxelas sugere ainda que os países “considerem encurtar o tempo de quarentena necessário caso se obtenha um teste PCR [molecular] negativo ao fim de sete dias após o regresso”, em situações em que sejam impostos requisitos de quarentena para viagens a partir de uma área de alto risco.