Líderes da UE discutem hoje bloqueio liderado por Orbán a plano de relançamento
Os líderes europeus voltam a reunir-se na quinta-feira por videoconferência, numa cimeira que era suposto ser dedicada à resposta coordenada à pandemia da covid-19, mas que se focará no bloqueio liderado pela Hungria ao plano de recuperação económica.
Este bloqueio cria uma nova crise política na União Europeia, agudizada hoje, dado Budapeste e Varsóvia terem ganhado um aliado, o primeiro-ministro da Eslovénia, país que forma, com Alemanha e Portugal, o atual trio de presidências da UE, recebendo o `testemunho` da presidência portuguesa no final do primeiro semestre do próximo ano.
Sem uma solução fácil à vista, até porque muitos Estados-membros e o Parlamento Europeu rejeitam liminarmente `agilizar` as disposições acordadas sobre a condicionalidade no acesso aos fundos ao respeito pelo Estado de direito e Hungria e Polónia revelam-se intransigentes, é num ambiente tenso que terá lugar esta cimeira por videoconferência, o que é outro elemento a acrescentar aos obstáculos com vista a um desbloqueio, dado inviabilizar os contactos políticos à margem muitas vezes decisivos para desbloquear impasses.
A cimeira tem início às 18:00 de Bruxelas, 17:00 de Lisboa, sendo Portugal representado pelo primeiro-ministro António Costa, que acompanha todo este processo com particular atenção, não só porque o Governo pretende dispor o mais rapidamente possível dos fundos anti-crise — cabem-lhe 15,3 mil milhões de euros em subvenções do Fundo de Recuperação, que se juntam aos cerca de 30 mil milhões de euros do orçamento para os próximos sete anos -, mas também porque em 01 de janeiro sucede à Alemanha na presidência rotativa do Conselho, cabendo-lhe também garantir a implementação do plano de relançamento.