Eleições EUA: Incerteza não quebra otimismo dos CFO’s. Quase 30% estima aumento das receitas
Incerteza é a palavra de ordem. Mesmo antes de ser conhecido o vencedor das eleições presidenciais dos EUA, a decorrer esta terça-feira, os líderes empresariais americanos já projetavam que a incerteza se estendesse até 2021: 35% afirmam que a resposta à pandemia do país apresenta novos riscos para suas empresas, independentemente de quem vença as eleições, segundo apurou a mais recente análise ‘Pulse’ da PwC.
A única preocupação que está a pesar mais do que a velocidade e escala da resposta à Covid-19 dos EUA é a política tributária. A maioria dos entrevistados continua a esperar instabilidade no código tributário corporativo dos EUA, evidenciando preocupações sobre quem vai pagar pela ação de política fiscal que dizem ser necessária para impulsionar a recuperação pós-pandemia.
Destaca-se o crescente número de líderes financeiros que anteveem aumentos da receita, dando continuidade à tendência de crescimento que se verifica desde junho. 28% dos CFOs esperam que as suas empresas aumentem a receita nos próximos 12 meses.
A perspetiva positiva é um testemunho das ações ousadas que muitos realizaram na tentativa de regressar ao crescimento. Em particular, os CFOs estão a procurar reconstruir a receita através de um foco renovado no cliente, incluindo investimentos estratégicos para inovar produtos e serviços para atender às expectativas e comportamentos dos clientes que mudaram para sempre.
Para muitas empresas, representa uma expansão das prioridades mais internas – e necessárias – de segurança, produtividade e bem-estar dos funcionários que predominaram nos primeiros dias da pandemia. Segundo a a análise ‘Pulse’, 76% dos CFOs disseram que esperavam mudanças em produtos ou serviços para gerar crescimento de receita nos próximos seis meses.
Ao mesmo tempo, os CFOs estão de olho nos riscos de negócios que podem surgir como resultado da eleição presidencial iminente. Eles vêem mudanças no código tributário corporativo dos EUA (37% sob a administração Trump; 65% sob uma administração Biden) e a resposta federal à Covid-19 (41% sob Trump; 39% sob Biden) como as principais áreas de risco potencial de política.
E preocupam-se com o impacto de um risco sobre o outro: 73% dos CFOs (e 76% dos executivos em geral) concordam que as taxas de impostos sobre negócios aumentarão, independentemente do partido que venha a controlar o Congresso, contra 70% que disseram o mesmo no início de setembro.
Os CFOs estão também a avalia o impacto da eleição nas relações comerciais entre os EUA e a China: 31% dizem que um segundo governo Trump introduzirá novos riscos na gestão das relações com a China, em comparação com apenas 16% que sustentam essa opinião sob Biden.
Mas os líderes de operações e risco são mais propensos a antecipar uma redução doas relações com a China do que os CFOs, se Trump for reeleito. Em média, 42% dos líderes empresariais diminuirão o comércio e os investimentos na China sob Trump, em comparação com 30% dos CFOs. É possível que os CFOs, em busca de crescimento, estejam a observar a recuperação da economia da China com interesse, mesmo enquanto avaliam o risco de intensificar as tensões comerciais sob gestão Trump.
“Embora os CFOs – e todos os executivos – estejam a avaliar como as políticas específicas de cada candidato podem afetar os seus negócios, também devem considerar a viabilidade de implementação dessas mudanças. Por exemplo, se Biden vencer e os republicanos mantiverem o controle do Senado, o governo dividido resultante quase eliminaria a perspetiva de novos aumentos de impostos. Ao mesmo tempo, os CFOs não devem perder de vista outras áreas de risco potencial, como sustentabilidade e transformação de energia ou política externa dos EUA, ao modelar resultados de negócios em potencial”, resslavam os analistas da PwC.