Investidores prontos para grandes movimentações dos mercados com aproximação das eleições nos EUA

A volatilidade do mercado volta a subir de tom e os investidores esperam mais oscilações significativas nas próximas semanas e meses, antevendo cenários pré e pós eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Independentemente de quem ganhar as eleições agendadas para 3 de novembro, os analistas tendem a estimar que os mercados vão ficar, ainda mais, instáveis.

A incerteza económica resultante da pandemia do novo coronavírus ainda é grande, e a possibilidade de uma contagem de votos atrasada devido a um grande número de votos por correio também está a ‘roubar’ a tranquilidade aos investidores.

Acresce ainda, a tendência verificada nos últimos meses de acumulação de posições em grandes ações relacionadas com a tecnologia, aumentando o risco, tal como se assistiu com a forte liquidação do mercado, esta quinta-feira.

“Esta é apenas uma situação em que todas as condições estão maduras para um lucro extraordinário” com a volatilidade, disse James McDonald, presidente-executivo do fundo de hedge Hercules Investments, com sede em Los Angeles, citado pela ‘Reuters’.

O índice de volatilidade Cboe subiu nas últimas duas semanas: primeiro à medida que os investidores procuravam mais valorizações nas ações dos EUA por meio de opções de compra e, em seguida, ao procurarem proteção contra uma queda nos índices que vivem tempos de recordes. Na quinta-feira, o VIX saltou para seu nível mais alto em quase 10 semanas, com o S&P 500 e o SPX a caírem 3,5%.

Já há investidores a defender que o VIX pode subir ainda mais com a aproximação das eleições, especialmente considerando que certos indicadores mostram uma corrida cada vez mais ‘taco a taco’. Nos mercados de apostas, a liderança do candidato democrata Joe Biden sobre o presidente Donald Trump diminuiu significativamente, de acordo com dados do RealClearPolitics.

Os futuros do segundo mês VXc2 sobre o Cboe Volatility Index, que vencem no final de outubro, apontam para expectativas de movimentos maiores do mercado em torno do período eleitoral. A diferença entre os futuros do segundo mês e o VIX aumentou para um pico recorde no início desta semana.