Dólar volta ao caminho das perdas. Pandemia por controlar ameaça recuperação

Esta terça-feira está a ser marcada pelo percurso do dólar, de novo numa trajetória de perdas, depois de ter feito uma pausa na sexta-feira e ontem, que se explicaram sobretudo com fatores técnicos.

Segundo os analistas da ActivTrades, a procura por ativos denominados em dólares tem vindo a diminuir, como consequência do seu menor apelo enquanto porto de abrigo, devido à crise do coronavírus. A pandemia da Covid-19 continua fora de controlo em alguns dos estados mais populosos dos EUA, enquanto que em Washington se mantém o impasse que bloqueia um muito necessário fundo de auxílio à economia.

Quanto ao ouro, tão em evidência nas últimas semanas, o preço à vista está relativamente estável, perto de 1.970 dólares, com a volatilidade a diminuir e o ouro a permanecer forte, apesar da recuperação das ações vista nas últimas 24 horas.

Para os analistas, tal pode ser apenas uma situação temporária, pois os investidores estão à procura de market movers. “É claro que o nível de resistência de 2.000 dólares é um forte limiar para o preço e volumes significativos estão a ser colocados lá”, reforçam.

Qualquer notícia sobre o novo estímulo monetário da Fed poderá levar o ouro a romper o nível de resistência de 2.000 dólares.

Em matéria de ações, abriram essencialmente em alta na Europa, após um forte impulso vindo da sessão de negociação na Ásia. Os índices PMI da indústria na Europa, revelados ontem, seguidos de dados positivos vindos dos EUA e combinados com um menor número de casos de Covid-19 em vários estados, elevaram o sentimento de mercado a nível global.

“Além disso, o atual apetite pelo risco também é sustentado por novas esperanças de mais estímulos nos EUA, já que o presidente Trump está a considerar estender os subsídios de desemprego”, destacam os analistas.
Mesmo que os fabricantes de automóveis e os bancos apresentem os melhores desempenhos na Europa hoje, os investidores continuam muito atraídos por ações do setor da tecnologia, na sequência da divulgação de resultados positivos na semana passada.
Este setor pode ser qualificado como um porto de abrigo para as ações, uma vez que tem sido um dos menos impactados pela pandemia, atendendo ao facto dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas tecnológicas estarem bem adaptados à economia do trabalho remoto.
No entanto, apesar do atual clima otimista no muito curto prazo, a maioria dos benchmarks terá de eliminar resistências técnicas significativas antes de encerrar a consolidação, reiniciar o seu rally e registar novos máximos.