A Ucrânia poderá tornar-se membro da União Europeia já em 2027, no âmbito de uma proposta de adesão acelerada incluída nas negociações mediadas pelos Estados Unidos para pôr fim à guerra com a Rússia. Esta abordagem rápida obrigaria a Comissão Europeia a rever todo o processo de adesão, tradicionalmente baseado em critérios graduais e meritocráticos.
Segundo informações avançadas pelo Financial Times, o plano em discussão prevê que a entrada da Ucrânia na UE ocorra até 1 de janeiro de 2027. Este cronograma surge mesmo antes de Kiev ter completado formalmente qualquer uma das 36 etapas exigidas pelo processo de adesão, o que representaria uma exceção sem precedentes e exigiria alterações ao sistema atual de acesso gradual a fundos da UE, poder de voto e benefícios, como a política agrícola comum.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou em Kiev que a sua equipa de negociadores estruturou a abordagem em alguns pontos tendo em conta que a Ucrânia será futuramente membro da União Europeia. Zelensky explicou que “a questão da futura adesão da Ucrânia à UE depende em grande parte dos europeus — e também dos americanos”, sublinhando que o envolvimento norte-americano pretende impedir que países da UE bloqueiem o processo de integração. A proposta inclui ainda um papel ativo dos Estados Unidos para que aliados como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, não possam vetar a entrada ucraniana.
A Ucrânia apresentou a candidatura à UE logo após a invasão em grande escala da Rússia em fevereiro de 2022, obtendo o estatuto de país candidato quatro meses depois. A comissária europeia para a expansão, Marta Kos, revelou que novos Estados-membros poderão ser colocados “em período de prova” durante alguns anos, com a possibilidade de exclusão em caso de retrocesso democrático, medida que visa mitigar preocupações sobre o impacto de novos membros na União.
Enquanto isso, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que a negociação do plano de paz envolve reuniões em curso com representantes europeus e ucranianos, visando resolver pontos complexos do acordo. Contudo, a Rússia ainda não sinalizou aceitação do plano, e o conselheiro para política externa de Vladimir Putin, Yuri Ushakov, rejeitou a ideia de criar zonas económicas livres no Donbass, caso a Ucrânia retire as suas tropas do território controlado atualmente.














