O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, vai viajar esta sexta-feira para Israel para reunir-se com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, divulgou hoje o executivo israelita.
O anúncio da visita do chefe da diplomacia norte-americana ocorre num momento em que a administração liderada pelo Presidente Donald Trump trabalha para consolidar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza e tenta avançar com a segunda etapa do plano de paz.
Na primeira fase, que está em vigor, o plano estabelece a troca de reféns (vivos e mortos) em posse do Hamas por prisioneiros palestinianos, a retirada parcial das forças israelitas do enclave e o acesso de ajuda humanitária ao território.
A etapa seguinte, ainda por acordar, prevê a continuação da retirada israelita da Faixa de Gaza, o desarmamento do grupo extremista Hamas, apesar da sua resistência a este respeito, bem como a reconstrução e a futura governação do enclave, que descarta um papel do grupo islamita.
A informação da visita de Rubio, que partiu das autoridades israelitas, foi divulgada num momento de alguma tensão entre os dois aliados, depois de Netanyahu ter defendido, hoje, que Israel “é responsável pela sua própria segurança” e “não é um protetorado norte-americano”, numa aparente resposta às preocupações sobre o papel de Washington na supervisão da trégua.
“Israel é quem decidirá sobre a sua segurança”, afirmou o primeiro-ministro israelita, antes de um encontro em Jerusalém com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que está a visitar o país.
O encontro focou-se no cumprimento do cessar-fogo, em vigor desde 10 de outubro, e nas negociações para o desarmamento do Hamas.
Vance reconheceu que o caminho para a paz “é difícil”, mas expressou otimismo.
“Temos de desarmar o Hamas e reconstruir Gaza para melhorar a vida da sua população, garantindo que o Hamas nunca mais volte a ameaçar Israel”, disse Vance, acompanhado pelo enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e pelo conselheiro presidencial e genro de Trump, Jared Kushner.
O vice-presidente norte-americano reuniu-se ainda com o Presidente israelita, Isaac Herzog, antes da chegada de Rubio, que deverá reforçar o papel diplomático de Washington nas negociações indiretas com o Hamas, que também têm sido mediadas pelo Egito e pelo Qatar.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 68 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.













