Santander Portugal: A sustentabilidade como parte integrante da estratégia

Num sector onde a sustentabilidade passou de tendência a exigência, destacar-se exige mais do que boas intenções. O Santander Portugal tem mostrado que o compromisso deve ser estrutural.

Executive Digest
Julho 29, 2025
12:29

O reconhecimento crescente do Santander Portugal em diversos rankings ligados a critérios ESG não é obra do acaso. Trata-se de um reflexo directo de uma estratégia clara, integrada e assumidamente transformadora, onde a sustentabilidade não é um apêndice, mas um eixo estruturante do próprio modelo de negócio. No centro desta abordagem está a integração efectiva da sustentabilidade na actividade bancária, não como um conjunto de iniciativas isoladas, mas como parte integrante da proposta de valor do banco. Esta integração manifesta-se nos produtos, nos processos de decisão e na forma como o Santander se relaciona com os seus diversos stakeholders.

Esse compromisso com a transformação sustentável da economia é visível não só na retórica, mas sobretudo na acção: o banco tem sido um agente activo na transição para uma economia mais verde e inclusiva, acompanhando os seus clientes e parceiros na adopção de práticas sustentáveis. Desenvolvendo soluções financeiras inovadoras e incentivando comportamentos responsáveis, o Santander assume-se como catalisador da mudança. Essa atitude estende-se à cultura organizacional, onde se valoriza a diversidade, a ética e a responsabilidade social, promovidas por uma liderança alinhada com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com os princípios da banca responsável. A visão do banco não é reactiva, mas antecipadora, não apenas de mitigação de danos, mas orientada para o impacto positivo.

Um exemplo concreto desse compromisso é a funcionalidade lançada na aplicação móvel do banco, que permite aos clientes calcular e compensar a sua pegada de carbono. Esta inovação, pioneira no sector bancário, não só aproxima os temas ambientais do quotidiano das pessoas como também as envolve directamente na solução. Através desta ferramenta, os utilizadores podem conhecer o impacto ambiental das suas transacções e optar por compensações voluntárias com créditos de carbono certificados. Este gesto aparentemente simples traduz-se em três dimensões de impacto: consciencialização e aumento da literacia ambiental, empoderamento individual na escolha de projectos de compensação alinhados com valores pessoais, e reforço da proposta do banco como parceiro real na sustentabilidade. Ao tornar esta funcionalidade prática e acessível, o Santander está a demonstrar que a sustentabilidade pode (e deve) estar integrada na experiência bancária digital.

Este tipo de acção encaixa numa estratégia maior e mais ambiciosa: o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050. Esta meta, assumida publicamente, traduz uma visão de longo prazo e uma responsabilidade clara com o futuro do Planeta. A jornada para alcançar esse objectivo está a ser estruturada de forma faseada e dinâmica, com metas intermédias revistas e adaptadas conforme evolui o contexto económico e tecnológico. O foco está numa transição energética justa, no apoio contínuo aos clientes para adoptarem práticas mais sustentáveis e na incorporação de critérios ambientais em todas as áreas do negócio. Não se trata de seguir uma checklist, mas de uma transformação contínua, onde flexibilidade e capacidade de adaptação são peças-chave. A neutralidade carbónica não será um destino alcançado por inércia, mas por uma acção contínua e consciente.

Outro eixo fundamental dessa estratégia está na forma como o banco integra os critérios ESG na avaliação de risco e nas decisões de concessão de crédito. Aqui, o Santander não vê o ESG como uma exigência externa, mas como parte fundamental da robustez financeira das empresas. Os riscos ambientais, sociais e de governação são reconhecidos como riscos financeiros reais, que podem comprometer a viabilidade dos negócios. Assim, o banco desenvolveu políticas específicas para identificar, avaliar e monitorizar esses riscos. Para empresas em transição, a abordagem é construtiva: mais do que penalizar, o Santander procura compreender o grau de maturidade ESG, os compromissos assumidos e os planos em curso. Ao mesmo tempo, a oferta de produtos financeiros sustentáveis tem vindo a crescer, incluindo linhas de crédito verdes, financiamentos ligados a metas ESG e instrumentos de apoio à eficiência energética. A lógica é clara: ajudar os clientes a evoluírem para modelos de negócio mais resilientes, em linha com os desafios ambientais e sociais do nosso tempo.

Neste percurso, a digitalização tem sido uma aliada decisiva. No Santander, a transformação digital não é apenas uma questão de eficiência ou inovação tecnológica; é também uma alavanca estratégica para acelerar os compromissos ESG. Ao permitir a desmaterialização de processos, a redução do consumo de papel e a optimização de recursos, a digitalização tem contribuído directamente para a redução da pegada ambiental do banco. Mas os impactos vão além do ambiente: a tecnologia tem sido usada para reforçar a inclusão financeira, facilitando o acesso aos serviços bancários a populações mais vulneráveis ou em territórios menos cobertos. Também tem permitido uma melhor monitorização e análise de riscos ESG, com maior qualidade de dados e decisões mais informadas. Esta integração mostra que, para o Santander, o digital não é apenas uma ferramenta de eficiência, mas um meio para atingir uma banca mais responsável, resiliente e focada no futuro.

Apesar dos avanços, o caminho não está isento de desafios. A implementação da estratégia ESG enfrenta obstáculos que, embora partilhados pelo sector financeiro, exigem respostas ajustadas ao contexto português. A complexidade da transição energética e social exige inovação constante, novas soluções financeiras e uma abordagem colaborativa com clientes e empresas. Para responder, o banco tem investido em produtos verdes, parcerias estratégicas e capacitação. A integração transversal dos critérios ESG nas várias áreas do negócio exige uma transformação cultural e operacional, e por isso o Santander tem apostado em formação interna, digitalização e definição de políticas de sustentabilidade claras. Outro desafio é a medição e o reporte do impacto, uma dimensão que ganha cada vez mais relevância. O Santander tem investido em capacidades de medição robustas, alinhadas com os standards internacionais, promovendo uma cultura de transparência e melhoria contínua. Mas talvez o maior desafio seja mesmo mobilizar a sociedade e os clientes, algo que o banco procura fazer através da formação e sensibilização. Iniciativas como a Santander Open Academy e o Santander X promovem competências em sustentabilidade, digitalização e empreendedorismo, fundamentais para preparar a sociedade para os desafios da transição.

APONTAR A FORÇA PARA O ELEVADOR SOCIAL

Esta lógica de actuação estende-se também à intervenção social do banco, concretizada através da Fundação Santander. Em 2024, foram investidos 7,5 milhões de euros em Portugal, com impacto directo em mais de 153 mil pessoas. Até 2027, o objectivo é ultrapassar as 200 mil. A base desta actuação é a educação, reconhecida como o motor da mobilidade social e económica. Desde projectos para crianças, como o “Quem Brinca é Quem É”, até bolsas de reskilling e upskilling para adultos, o foco está em garantir que ninguém fica para trás. A actuação da Fundação abrange também o empreendedorismo, com programas como o Santander X, que oferece mentoria, cursos estratégicos e prémios para startups. No campo da empregabilidade, a aposta é na aprendizagem ao longo da vida. A plataforma Santander Open Academy, com mais de 350 mil utilizadores registados, oferece mais de mil formações gratuitas. O objectivo é simples, mas profundo: garantir que todos têm acesso às ferramentas para enfrentar as mudanças do mercado de trabalho. E a intervenção não se esgota no financiamento, uma vez que o Santander actua como um agente agregador, promovendo colaborações entre o sector público, privado e a sociedade civil.

O mesmo espírito de parceria está por trás da criação do Center for Sustainable Finance, em colaboração com a Universidade Católica. Este centro tem como missão ajudar empresas e instituições a integrarem práticas sustentáveis nas suas estratégias, criando valor económico, social e ambiental. No primeiro ano, impactou mais de 3.000 pessoas com cursos gratuitos e 200 empresas com formação prática. Em 2025, o objectivo é capacitar directamente cerca de 500 PME através de um roadshow por todo o país. A presença recente do centro na Lisbon Sustainability Week, com líderes de renome internacional, reforça o compromisso com uma mudança concreta e partilhada. Aqui, o conhecimento é visto como a chave para acelerar a sustentabilidade em Portugal.

No conjunto, o percurso do Santander Portugal na área ESG tem sido marcado pela coerência entre discurso e acção. Num contexto onde a sustentabilidade já não é uma opção, mas uma exigência, o banco tem procurado posicionar-se como um parceiro de confiança, capaz de acompanhar empresas, clientes e a sociedade no caminho da transição. Sem atalhos, sem soluções fáceis, mas com uma estratégia sólida, um investimento constante em capacitação e uma visão clara do que significa ser um agente de transformação real.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “ESG”, publicado na edição de Junho (n.º 231) da Executive Digest.

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