Pentágono impõe prazo apertado à Europa para assumir defesa da NATO e ameaça reduzir coordenação

O Pentágono transmitiu aos aliados europeus que, até 2027, deverão assumir a responsabilidade pela maioria das capacidades de defesa não nuclear da NATO atualmente asseguradas pelos Estados Unidos.

Pedro Gonçalves
Dezembro 5, 2025
12:38

O Pentágono transmitiu aos aliados europeus que, até 2027, deverão assumir a responsabilidade pela maioria das capacidades de defesa não nuclear da NATO atualmente asseguradas pelos Estados Unidos. A informação foi avançada pela agência Reuters, citada por cinco fontes com conhecimento direto das conversas, em declarações reveladas esta sexta-feira.

Segundo o mesmo relato, a mensagem foi transmitida durante uma reunião de diplomatas em Washington, onde os responsáveis norte-americanos reforçaram que este calendário não é flexível. De acordo com a Reuters, o aviso foi acompanhado de uma ameaça clara: caso a Europa não cumpra o prazo, Washington poderá retirar-se de parte da coordenação de defesa que mantém no quadro da NATO.

Ainda segundo a agência, vários representantes europeus consideraram que o limite temporal definido pelos Estados Unidos é demasiado curto, sobretudo tendo em conta o esforço militar já em curso desde o início da invasão russa em larga escala na Ucrânia. Fontes citadas pela Reuters acrescentam que o Pentágono manifestou frustração com o ritmo de progresso europeu desde 2022.

A administração Trump — atualmente no poder — tem insistido numa transferência mais rápida e profunda de responsabilidades para os aliados europeus, defendendo que a defesa do continente deve ser assumida maioritariamente pela Europa. Essa posição reforça a linha política já anteriormente expressa pelo Presidente, que tem pressionado a NATO a aumentar os investimentos militares europeus.

Esta orientação surge poucos dias depois de a administração Trump ter divulgado uma nova estratégia de segurança nacional, na qual afirma que os Estados Unidos se encontram “em desacordo” com os seus aliados da NATO devido às “expectativas irrealistas” destes relativamente à guerra na Ucrânia.

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