Pelo menos quatro mortos no ataque russo contra Kiev

Segundo o chefe de Estado, a Rússia usou aproximadamente 18 mísseis e 430 aparelhos aéreos não tripulados (drones) contra a capital

Executive Digest com Lusa
Novembro 14, 2025
8:42

Pelo menos quatro pessoas morreram em Kiev na sequência do ataque russo de grande escala contra a capital ucraniana durante a madrugada de hoje, disse o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

O primeiro balanço oficial provisório indicava a morte de uma pessoa e 15 feridos, em Kiev.

Segundo o chefe de Estado, a Rússia usou aproximadamente 18 mísseis e 430 aparelhos aéreos não tripulados (drones) contra a capital. Zelensky acrescentou que se tratou de um ataque planeado para causar o “máximo de danos à população civil”.

Nas últimas semanas, Moscovo intensificou os ataques contra as instalações civis e centrais de energia da Ucrânia, bem como contra a rede ferroviária.

Por outro lado, a Rússia anunciou a destruição, nas últimas horas, de um “grande número” de drones ucranianos, alguns dos quais tinham como alvo o porto petrolífero russo de Novorossiysk, no Mar Negro, além das cidades de Volgogrado e Saratov.

O presidente da câmara Vitali Klitschko, pediu aos residentes que procurem abrigo.

“As forças de defesa aérea estão a operar em Kiev”, disse Klitschko no Telegram, relatando “um ataque inimigo (russo) maciço à capital”, que fez pelo menos dois feridos no distrito de Dniprovsky, na zona leste da cidade, um dos quais foi hospitalizado.

Naquele distrito, “segundo informações preliminares, um edifício de habitação de cinco andares foi atingido por destroços”, acrescentou.

Foram registados incêndios em vários bairros após os ataques, e os serviços de emergência foram mobilizados, disse Klitschko.

Segundo jornalistas da AFP, que testemunharam a ativação de sistemas de defesa aérea contra ‘drones’ e mísseis, foram ouvidas fortes explosões no centro da cidade.

A Rússia intensifica há semanas o bombardeamento das infraestruturas energéticas e da rede ferroviária ucraniana, em plena descida das temperaturas com a aproximação do inverno.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões – Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia – além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.

Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.

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