Quem tem medo da IA?

Por Ana Luisa Freitas, AI Specialist da Anturio 

A inteligência artificial (IA) desempenha um papel crucial na condução da transformação digital nas empresas, possibilitando avanços substanciais na automatização de processos, análise avançada de dados e otimização das operações. O uso estratégico da IA permite às organizações adaptarem-se de forma mais ágil à procura do mercado e a aperfeiçoarem as suas vantagens competitivas.

Existem vários exemplos concretos que ilustram a eficácia da IA. As empresas têm implementado soluções para otimizar a gestão de operações, personalizar as interações com clientes, antecipar tendências de mercado e até mesmo desenvolver inovações de produtos.

Alguns exemplos são a aplicação de chatbots em serviços de atendimento ao cliente, proporcionando respostas instantâneas e melhorando a eficiência operacional, ou mesmo a recomendação de produtos em lojas online após uma breve análise do comportamento de compra do cliente.

A IA tem o potencial de automatizar tarefas operacionais e analíticas, permitindo que os recursos humanos se concentrem em atividades mais estratégicas. Em termos de gestão e tomada de decisões, a IA pode oferecer insights baseados em dados, embora a complementaridade com as habilidades humanas continue a ser imprescindível para interpretar o contexto e os valores específicos de cada empresa.

Usando as palavras de Fernando Pereira, Vice-presidente da Google Deepmind, a IA deve ser sempre vista como uma “prótese cognitiva”, que ajuda ao desempenho do ser humano e nunca como substituta a 100%. Será sempre necessária a supervisão humana em tarefas de gestão e decisão.

A adoção da inteligência artificial por parte das empresas portuguesas como parte integrante da sua estratégia de modernização é crucial se pretendem manter-se relevantes no mercado em que operam. Devem também garantir nos seus planos estratégicos uma aposta na inteligência artificial generativa, que irá garantir soluções ainda mais incríveis, contribuindo para melhorar a eficiência e a qualidade dos resultados pedidos.

A incorporação da IA nos planos estratégicos empresariais em Portugal está em ascensão. As empresas reconhecem a necessidade de integrar tecnologias emergentes para se manterem relevantes no mercado e garantirem a sua competitividade. A disseminação ocorre principalmente por meio da incorporação de ferramentas de IA em processos de negócios existentes, como automação de tarefas, análise de dados e personalização de experiências.

Incluir a IA nas empresas é uma fonte positiva de inovação e eficiência. Em vez de temer, devemos abraçar as suas capacidades transformadoras. A IA contribui para a agilidade empresarial, permitindo aos seus gestores explorar oportunidades de crescimento, melhorar a experiência do cliente e alcançar níveis mais altos de eficiência. Quando implementada de maneira ética, a IA torna-se uma aliada que impulsiona o progresso sustentável e inovador.

A possibilidade de empresas em auto-gestão com a ajuda da IA é uma perspetiva intrigante. Contudo, é importante considerar que, mesmo com avanços tecnológicos, a supervisão humana continua a ser fundamental para decisões estratégicas, éticas e garantindo os valores da empresa.

A auto-gestão bem-sucedida dependerá da harmonização eficaz entre a automatização e a supervisão humana, prevendo um futuro que deverá ser híbrido combinando o biológico e o não biológico.

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