“O Jornal de um Prisioneiro”: Sarkozy apresenta hoje livro sobre os 20 dias na prisão

Preso em 21 de outubro, Sarkozy foi libertado em 10 de novembro pelo tribunal de recurso de Paris, que considerou que não apresenta risco de fuga, colocando-o sob controlo judicial

Executive Digest
Dezembro 10, 2025
8:30

O antigo presidente francês Nicolas Sarkozy lança esta quarta-feira o livro “Le journal d’un prisonnier”. O “O Jornal de um Prisioneiro” (em tradução livre para português), publicado pela editora Fayard, controlada pelo milionário conservador Vincent Bolloré, é sobre as três semanas em que Sarkozy esteve preso.

A 25 de setembro, Sarkozy, com 70 anos, foi condenado em primeira instância a cinco anos de prisão e a uma multa de cem mil euros. O tribunal correcional de Paris considerou-o culpado de ter autorizado assessores seus a solicitar ao líder líbio, Moammar Khadafi, um financiamento oculto da sua campanha presidencial, que ganhou, de 2007. Fez apelo da sentença e vai ser julgado pelo Tribunal de Recurso de Paris, de 16 de março a 3 de junho.

Preso em 21 de outubro, Sarkozy foi libertado em 10 de novembro pelo tribunal de recurso de Paris, que considerou que não apresenta risco de fuga, colocando-o sob controlo judicial.

Como aperitivo, a editora divulgou uma passagem do diário. Sarkozy escreve: “Na prisão, não há nada para ver e nada para fazer”, uma frase que levanta inevitavelmente a questão: o que preencherá então as 216 páginas? Ainda assim, o antigo Presidente revela que a experiência esteve longe de ser silenciosa. Pelo contrário: afirma que o silêncio “não existe em La Santé”, acrescentando que o ruído “é infelizmente constante”.

Apesar das condições descritas, Sarkozy rejeita a ideia de que o período de reclusão o tenha quebrado. Pelo contrário, escreve que “tal como no deserto, a vida interior fortalece-se na prisão”, sugerindo que a solidão e o isolamento contribuíram para um processo de introspeção pessoal.

Durante a detenção, Sarkozy, atualmente com 70 anos, esteve separado do resto da população prisional. Para garantir a sua segurança, dois dos seus seguranças foram colocados numa cela adjacente, um dispositivo invulgar mas autorizado pelas autoridades francesas dada a sua condição de ex-chefe de Estado.

Sarkozy abandonou a prisão a 10 de novembro, depois de um tribunal de recurso ter aprovado o seu pedido de libertação. A condenação que o levou a cumprir pena resultou da acusação de que teria permitido a atuação de um “colaborador próximo” e de “intermediários não oficiais” com o objetivo de obter financiamento do regime líbio para a candidatura presidencial de 2007. A sentença tornou-o o primeiro antigo Presidente francês a ser preso desde Philippe Pétain, condenado por colaboração com o regime nazi.

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