WhatsApp, Facebook e Twitter são as plataformas que mais passam fake news em Portugal

O WhatsApp, seguido do Facebook e do Twitter foram os que mais divulgaram conteúdo “desinformativo” em Portugal sobre a Covid-19. O País segue a tendência mundial das plataformas mais utilizadas para distribuição das chamadas “fake news”, com a imprensa online e o Instagram a fecharem o top 5, de acordo com a investigação da S21sec.

A empresa de segurança dá também destaque ao Telegram, que passou a ter um papel fundamental na distribuição da desinformação, através da criação de canais e grupos com milhares de utilizadores, embora com menor impacto na sua capacidade de produção.

Já o Instagram, devido ao tipo de conteúdo criado e divulgado, começa a afirmar-se como um agente importante na criação de conteúdo. Esta aposta também se deve, segundo a empresa, à dificuldade dos algoritmos na deteção de desinformação em formato de conteúdo multimédia.

No último ano, a S21sec identificou um conjunto de riscos de cibersegurança derivados da existência de desinformação sobre a pandemia, impactando vários setores. Desde campanhas de desacreditação e difamação de instituições, empresas e marcas, como o SNS, farmacêuticas, telecomunicações, entre outras.

Também os ataques de phishing, potenciados pela distribuição de informação falsa sobre a doença, regras de confinamento/desconfinamento e a vacinação, vieram a tornar-se cada vez mais uma ameaça à cibersegurança, com o objectivo de obter informação de pessoas e organizações e, deste modo, alavancar ataques, como os de ransomware ou exfiltração de dados confidenciais, para potenciar crimes de extorsão.

Nas campanhas de desinformação detetadas um pouco por todo o mundo, a língua portuguesa ocupa o segundo lugar entre as 20 línguas não-inglesas mais populares usadas para a disseminação deste tipo de artigos sobre a pandemia, com o registo de 1,278 referências. O português fica atrás da língua espanhola, que lidera largamente com 3,995 referências, e o italiano fecha o top 3, com 1,178 referências detectadas.

«As mensagens de conteúdo alarmístico são as que primeiro impactam os cidadãos, aumentando o fluxo de desinformação entre os utilizadores das novas tecnologias e tornando-se um potencial risco público», alerta Hugo Nunes, team leader de Threat Intelligence na S21sec em Portugal.

«Este tipo de conteúdos também é utilizado para atacar organizações, sendo por isso importante uma aposta não só na formação dos colaboradores para estarem alerta, como também na adoção de soluções tecnológicas adequadas a cada caso», concluiu.

Nesse sentido, a empresa listou algumas recomendações para evitar que se seja influenciado pela desinformação:

Enquanto utilizadores de redes sociais e websites, é importante:

– Desconfiar das fontes não oficiais;

– Recorrer a informação institucional e de entidades públicas;

– Comprovar (com duplo fator de verificação) a informação mais impactante;

– Não contribuir para a distribuição de desinformação.

Quanto às entidades, seja qual for a sua natureza, é essencial:

– Contar com um plano de monitorização de ameaças;

– Estabelecer uma política de comunicação empresarial/institucional clara;

– Recorrer a fontes institucionais e públicas para a distribuição de informação;

Tendo em vista o combate à desinformação, a S21sec desenvolveu o Cyber Threat Intelligence, que assegura uma vigilância constante de ameaças emergentes e ambiente digital da empresa, através da utilização de tecnologias próprias e de terceiros líderes no mercado, de forma a proporcionar capacidades de deteção e resposta adequadas para manter qualquer organização protegida.

O serviço de Brand Monitoring permite que os alertas gerados incluam informações sobre hacktivismo, segurança física, reclamações e desinformação, além da presença em ambiente digital.

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