Vaga de calor com temperaturas acima de 40ºC deixa sul da Europa em alerta máximo para incêndios. Mais de 30 fogos devastam a Grécia

O mundo registou ontem o dia mais quente de sempre desde que há registos, numa altura em que muitas partes do Mediterrâneo – Portugal incluído – enfrentam riscos extremos de incêndios florestais. No domingo, foi registada a temperatura média mais alta de sempre na Terra, superando o recorde anterior estabelecido no ano passado, de acordo com dados provisórios do Serviço de Mudança Climática Copernicus da União Europeia.

O aquecimento global está a trazer condições mais quentes para o sul da Europa, com temperaturas a excederem os 40°C nas últimas duas semanas na Grécia, aumentando drasticamente a ameaça de incêndios florestais.

Portugal, que esta terça-feira regista subida dos termómetros acima dos 40ºC em várias regiões, tem estado com vários distritos sob aviso máximo de risco de incêndio – mas não é caso único na Europa. Na Grécia, por exemplo as chamas não têm dado tréguas e contam-se dezenas de incêndios florestais, ao passo que na vizinha Espanha ou em Itália, as autoridades já emitiram alerta de risco máximo de incêndio para várias regiões.

Na Grécia, registaram-se 33 incêndios florestais em apenas 24 horas até às 18h30 de segunda-feira. Atenas e as partes do sul do país mantêm-se em alerta máximo. Apesar da previsão de um alívio temporário com a chegada de tempo mais fresco esta semana, as temperaturas ainda deverão ultrapassar os 39°C em algumas partes do continente na terça-feira.

Espanha também enfrenta um risco extremo de incêndios florestais esta semana, com as temperaturas a subirem no sul do país. Sevilha e Córdoba deverão aproximar-se dos 43°C na quarta-feira, segundo o serviço meteorológico espanhol AEMET. Partes do sul de França e Itália também estão em risco de incêndios florestais.

Mais a norte, Berlim e Paris estão preparadas para condições de onda de calor no início de agosto. A temperatura média na capital alemã deverá atingir os 28°C a 6 de agosto, 8 graus acima da norma dos últimos 30 anos.

O calor extremo já causou estragos em muitas partes da economia global este ano, perturbando desde o tráfego aéreo até às redes de energia. A temperatura média para o ano até junho de 2024 foi 1,64°C mais alta do que a era de 1850 a 1900, segundo o Copernicus. O mês passado foi o junho mais quente de sempre, marcando a 13ª vez consecutiva que um mês estabeleceu um novo recorde de temperatura média.

O Acordo de Paris, estabelecido em 2015, visa limitar o aquecimento global a menos de 2°C acima da média pré-industrial, e idealmente a 1,5°C. No entanto, os recentes aumentos de temperatura sublinham os desafios contínuos em alcançar esses objetivos e a necessidade urgente de ações climáticas globais.

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