A greve de professores de informática, convocada pela Fenprof a partir do próximo dia 8 de abril, vai manter-se mesmo depois de ser conhecido que as escolas vão poder comprar comprar mais computadores e equipamentos informáticos, para a realização das provas digitais no final do ano letivo.
Esta segunda-feira, o Ministério da Educação adiantou ao JN que foi aprovado em Conselho de Ministros uma autorização de 6,5 milhões de euros em despesa para os estabelecimentos escolares poderem adquirir novos computadores mas, segundo adianta o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, essa compra “não implica que as provas vão poder ser digitais”.
“A greve dos docentes de informática irá manter-se porque as tarefas sobre as quais incide – de apoio ou manutenção dos equipamentos tecnológicos e ao suporte técnico das provas digitais – não lhes foram retiradas, uma vez que não houve autorização para as escolas contratarem o pessoal técnico necessário para as garantir”, explica a Fenprof em Comunicado.
EM nota enviada, a estrutura sindical sublinha que “vem tarde o anúncio, na medida em que a aquisição de material pelas escolas obedece a um conjunto de procedimentos prévios relacionado com as normas de contabilidade pública, sendo, depois, necessário um conjunto de intervenções técnicas para que os equipamentos fiquem operacionais, o que exige a contratação de pessoal técnico”.
Na convocatória da greve, a Fenprof determina que a paralisação se pode prolongar entre 8 de abril até final do ano.
“O que está em questão é o apoio ou manutenção de equipamentos tecnológicos, assim como suporte técnico às provas digitais. Optaram, naturalmente, por decretar greve a tais serviços. A greve iniciar-se-á em 8 de abril e poderá prolongar-se até final do ano letivo, caso a próxima equipa do Ministério da Educação (ME) não resolva o problema, o que passa por retirar aos docentes este trabalho de natureza técnica”, indica a Fenprof e a Anpri (Associação Nacional de Professores de Informática)”, lê-se no comunicado.
“Os professores de Informática, para além de desenvolverem toda a atividade que compete ao pessoal docente são, depois, convocados para tarefas que deveriam ser atribuídas a pessoal técnico, mas que as escolas não conseguem contratar. (…) A imposição destas tarefas de caráter técnico agravou-se a partir do momento em que o prazo de garantia dos equipamentos expirou. Inadmissivelmente, nas escolas, essas tarefas de caráter técnico são incluídas na componente não letiva de estabelecimento, o que é ilegal pelo facto de não corresponderem a funções docentes”, denunciam as estrutura sindicais.
Por seu lado, a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) diz, sobre a compra de computadores autorizada, que ainda é “prematuro” afirmar que a aquisição de equipamentos vais garantir a realização das avaliações em formato digital.
A Fenprof acrescenta que a realização de provas nacionais em meio digital continua a ser um fator acrescido de aprofundamento de desigualdades entre alunos. “Alguns lidam diariamente com o meio digital e outros pertencem a famílias que não têm condições económicas para adquirir computador ou ligação forte e segura à rede de Internet”, denuncia, esperando que a decisão do Ministério da Educação ainda possa ser revertida.














