Portugueses são os europeus que mais se preocupam com a emigração (tanto como com a imigração)

No estudo, Portugal foi o país europeu onde os inquiridos mais desconfiam que os líderes da principal força europeísta – que foi considerada o PS – querem abrir as fronteiras a imigrantes e refugiados (54%)

Revista de Imprensa
Março 21, 2024
11:55

Os partidos moderados estão a adotar uma estratégia errada para limitar a ascensão da extrema-direita na Europa. “Esta consiste em imitar as políticas de direita em matéria de migração e promover uma narrativa do sucesso da UE, centrando-se na sua resposta à crise climática, à pandemia de Covid-19 e à guerra da Rússia contra a Ucrânia.” No entanto, segundo o ‘European Council on Foreign Relations’ (ECFR), citado pelo jornal ‘Expresso’, esta é uma estratégia errada.

O estudo sobre a situação política da União Europeia, baseado em estudos de opinião de 12 países. “Nos últimos anos temos assistido simultaneamente a uma radicalização de alguns partidos da direita europeia e a uma desradicalização de alguns da extrema-direita”, escreveram os autores Ivan Krastev e Mark Leonard.

A migração é o grande gatilho a nível europeu, de acordo com os especialistas: no caso português, a crise financeira é a preocupação que mais inquiridos apontam como aquela que mais mudou a forma como encaram o futuro. O estudo apontou ainda que Portugal foi o país onde mais pessoas estão tão preocupadas com as saídas do país como com as entradas.

Por isso, de acordo com os autores, a imigração assumiu uma centralidade no debate europeu como resultado do “sucesso da extrema-direita em torná-la um símbolo dos falhanços da UE”. “Seguir as políticas da extrema-direita acarreta muitos riscos e não tem garantia de atrair ou reter os eleitores mais preocupados com a imigração”, escreveram.

No estudo, Portugal foi o país europeu onde os inquiridos mais desconfiam que os líderes da principal força europeísta – que foi considerada o PS – querem abrir as fronteiras a imigrantes e refugiados (54%).

Uma campanha assente no que a classe política tende a destacar como os sucessos europeus pode também sair furada. “A ascensão de maiorias desconfiadas – ou mesmo paranoicas – significa que as elites podem facilmente tornar-se vítimas da sua retórica musculada. Os líderes europeus correm o risco de se concentrarem demasiado na política, enquanto parecem afastados das preocupações centrais dos seus eleitorados”, concluíram os cientistas políticos. Por isso, “se os líderes quiserem travar a ascensão da extrema-direita, terão de encontrar uma forma mais autêntica de fazer campanha.”

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