Meios de combate aos incêndios reforçados a partir de amanhã com início da fase “delta”

O dispositivo para a fase Delta é ligeiramente superior ao da fase Charlie, no âmbito do primeiro reforço de meios ‘nível Bravo’ que termina hoje, 31 de maio.

Executive Digest com Lusa
Maio 31, 2025
9:30

No último dia da fase Charlie do dispositivo de combate a incêndios rurais, o Baixo Alentejo prepara-se para entrar na fase Delta, a mais exigente do ano, com um reforço de meios operacionais e aéreos. A partir de amanhã, domingo, 1 de junho, e até 30 de setembro, a região contará com 244 operacionais, apoiados por 50 veículos e quatro meios aéreos, entre os quais dois helicópteros bombardeiros ligeiros e dois aviões bombardeiros médios.

A informação foi confirmada pelo comandante sub-regional da Proteção Civil do Baixo Alentejo, Carlos Pica, que explicou que, apesar de não estar previsto qualquer reforço adicional do dispositivo durante este período, “caso a situação conjuntural se proporcione, poderão ser alocados à sub-região meios de reforço de outras sub-regiões e/ou regiões, [mas] esperamos que esta situação não venha a acontecer”.

O dispositivo para a fase Delta é ligeiramente superior ao da fase Charlie, no âmbito do primeiro reforço de meios ‘nível Bravo’ que termina hoje, 31 de maio. Nesse nível, o Baixo Alentejo contou com 240 operacionais, 50 veículos e os mesmos quatro meios aéreos. Antes disso, na fase Bravo — iniciada a 15 de maio — estavam mobilizados 205 operacionais, 40 veículos e dois aviões médios “Fireboss”, estacionados no Centro de Meios Aéreos de Beja.

Segundo Carlos Pica, o “ponto de situação é positivo”, graças ao empenho e à “flexibilidade e disponibilidade dos corpos de bombeiros”. Contudo, o responsável admite que persistem constrangimentos: “Existem corpos de bombeiros com equipas de combate a incêndios (ECIN) e equipas logísticas de apoio ao combate (ELAC), outros que só têm ECIN, outros que só conseguem constituir ELAC e outros, lamentavelmente, não conseguem integrar o dispositivo por falta de operacionais”.

Este ano, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) introduziu alterações na forma de contabilizar os meios humanos e materiais envolvidos no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), tornando inviável a comparação direta com os dados de 2024.

De acordo com a ANEPC, a Diretiva Operacional Nacional deixou de incluir os meios afetos à vigilância e deteção, agora sob responsabilidade da GNR e contemplados numa diretiva distinta. Além disso, passou a registar-se diariamente apenas os meios efetivamente mobilizáveis com um tempo de ativação inferior a três horas, o que altera substancialmente os números apresentados em relação a anos anteriores.

Apesar disso, o país prepara-se para enfrentar o período mais crítico com um total nacional de 15.024 operacionais, integrados em 2.567 equipas, apoiados por 3.411 viaturas e 79 meios aéreos — mais sete do que no ano passado — entre permanentes e mobilizáveis.

Ao contrário do habitual, o plano DECIR para 2025 não foi apresentado publicamente. A sessão estava inicialmente prevista para 29 de abril, mas foi cancelada devido à realização, no dia anterior, do apagão da administração pública, promovido por estruturas sindicais.

O dispositivo regional conta não só com as corporações de bombeiros, mas também com a Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR, equipas de sapadores florestais municipais e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), bem como a Força Especial de Proteção Civil da ANEPC.

Com a entrada em vigor da fase Delta este domingo, o Baixo Alentejo junta-se ao esforço nacional de prevenção e combate a incêndios num verão que se antevê, mais uma vez, exigente.

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