“Maior sismo sentido em Lisboa desde 1969”, lembra geofísico, que afasta risco de tsunami

Jorge Miguel Miranda, geofísico e antigo presidente do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), garantiu que o sismo desta manhã foi o “maior sentido em Lisboa desde 1969”. No entanto, lembrou ter “havido outro com magnitude superior sentido no sul”.

“Este foi um sismo de 5.3 na escala de Richter, numa região muito sensível para nós, não só porque é perto da costa oeste do continente, mas a sua localização está a sul de outro sismo histórico, de 1858, que causou um pequeno tsunami na região de Setúbal”, apontou o especialista à rádio ‘Observador’.

O sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter teve o epicentro a 58 quilómetros a oeste de Sines, esta madrugada. “Do ponto de vista da geologia desta região da margem oeste-ibérica, devo dizer que é das zonas menos compreendidas da tectónica da região. Aqui há uma décadas, foi levantada a hipótese de ter havido a reativação da margem, uma vez que tínhamos sismos praticamente desde a zona onde foi o sismo de 1755 até à latitude de Setúbal. No entanto, tratam-se de hipóteses geológicas. Na verdade, o funcionamento desta região não é muito bem compreendido. Temos sismos na região, com frequência, com magnitude suficiente para serem bem sentidos”, precisou Jorge Miguel Miranda.

Muitos portugueses sentiram os efeitos do sismo esta noite, um efeito que, explicou o especialista, “depende de duas características: a energia que é libertada do epicentro e o comportamento do solo na região onde estamos. Se vir as previsões que existem de aceleração e velocidade máxima, o que se diz em linguagem técnica os ‘shake maps’, ‘mapas de abanar’, verá que as zonas que tiveram intensidades mais elevadas foram Sines e Lisboa – não tem só a ver com a distância, tem a ver com a geologia do local”, referiu, salientando que “do ponto de vista de réplicas, houve uma, um pouco mais perto de Sines do que o sismo principal” e “é de prever mais réplicas, embora com magnitudes não tão elevadas” – no entanto, garantiu, não há risco de tsunami

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