Gémeas luso-brasileiras: Parlamento não consegue falar com o pai das meninas e a mãe recusa dar contactos

A Assembleia da República está a enfrentar dificuldades em contactar Samir Assad, pai das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria com o que era, em 2020, o medicamento mais caro do mundo. Samir Assad acompanhou todo o tratamento das filhas em Lisboa e é mencionado em vários documentos e e-mails consultados pelos deputados.

Rui Paulo Sousa, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, explicou à CNN Portugal que, no último mês e meio, várias tentativas foram feitas para contactar Samir Assad. Utilizaram-se contactos encontrados no processo clínico das filhas, mas sem sucesso. Não houve resposta a e-mails, nem a chamadas telefónicas.

A Comissão chegou a solicitar novos contactos à mãe das crianças, Daniela Martins, e ao seu advogado, que também representou o pai anteriormente. No entanto, ambos recusaram fornecer qualquer contacto ou ajuda.

Daniela Martins e Samir Assad estão atualmente divorciados, ao contrário do que acontecia em 2019-2020, quando a família viajou para Portugal em busca do tratamento para a atrofia muscular espinhal das gémeas. Este tratamento foi notícia pela sua complexidade e elevado custo, sendo o medicamento mais caro do mundo na altura.

Os serviços jurídicos do Parlamento estão agora a avaliar a possibilidade de solicitar ajuda às autoridades judiciais do Brasil para obter o contacto de Samir Assad, que aparentemente não possui nacionalidade portuguesa. Esta avaliação surge na sequência das dificuldades encontradas pela Comissão Parlamentar de Inquérito em proceder com a investigação sem a colaboração do pai das crianças.

A Comissão Parlamentar de Inquérito foi aberta após uma investigação da TVI, que trouxe à luz vários aspetos do tratamento das gémeas e a gestão do processo clínico. A falta de resposta de Samir Assad tem sido um obstáculo significativo para a Comissão, que procura esclarecer todos os detalhes relativos ao caso.

A Assembleia da República continua empenhada em obter respostas e avançar com a investigação. As dificuldades em contactar Samir Assad sublinham os desafios que as autoridades enfrentam em casos que envolvem múltiplas jurisdições e complexidades familiares. A colaboração internacional poderá ser a chave para desbloquear este impasse e permitir que a Comissão Parlamentar de Inquérito avance com as suas deliberações.

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