Escolas alemãs vão começar a preparar crianças para a possibilidade de a guerra atingir o país
As escolas na Alemanha vão começar a preparar as crianças para a possibilidade de a guerra chegar ao país, indicou esta segunda-feira a ministra federal da Educação, Bettina Stark-Watzinger, que referiu que as crianças e jovens alemães deveriam estar mais bem preparados para este cenário e face aos bons exemplos da experiência em outros países com exercícios de defesa civil escolar, pretende importá-los.
Recorde-se que há dois anos, após o início da invasão russa da Ucrânia, as escolas alemãs tematizaram o conflito para ajudar as crianças a compreendê-la e reduzir a ansiedade, indicou a psicóloga Katin Hörnlein, que aconselhou então pais e professores a responderem abertamente a quaisquer dúvidas expressadas pelas crianças. Sobre se chegaria ao país, indicou ser “muito improvável. É verdade que ninguém pode prever o que fará Putin. Mas ele provavelmente não esperava que tantos países se unissem contra ele. Juntos, eles são maiores e mais poderosos do que a Rússia e os seus parceiros”.
“A sociedade como um todo deve preparar-se bem para as crises, desde uma pandemia até às catástrofes naturais e às guerras”, disse a ministra. “A defesa civil é imensamente importante e também pertence às escolas. Na sua opinião, a missão das escolas alemãs neste sentido é fortalecer, através da formação das crianças também neste aspeto, a nossa resiliência”, definiu.
Stark-Watzinger pronunciou-se a favor da realização de exercícios de defesa civil nas escolas, citando o exemplo do Reino Unido, onde “os exercícios fazem parte da vida diária nas escolas”. “Podemos aprender com isso”, insistiu a ministra, que visa preparar os jovens, que devem estar conscientes das ameaças à liberdade e ser capazes de enfrentar os perigos e a situação de uma guerra.
O exército alemão deve estar igualmente presente nas escolas, referiu Stark-Watzinger, que pediu aos líderes escolares que desenvolvessem um “relacionamento relaxado com o Bundeswehr”. “Acho importante que os jovens oficiais venham às escolas e relatem o que o Bundeswehr faz pela nossa segurança”, indicou.
Apesar da maior presença do exército nas escolas, a ministra rejeitou, no entanto, o regresso ao serviço militar obrigatório, como pedido pelo ministro da Defesa, Boris Pistorius. “Agora não nos devemos distrair do que é realmente necessário: equipar a Bundeswehr para que seja capaz de se defender”, garantiu.