Entre uma a duas dezenas de escolas não conseguiram realizar a prova de aferição
Entre “uma e duas dezenas de escolas” não conseguiram realizar na terça-feira a prova de aferição, disse esta quarta-feira o ministro da Educação, que considera tratar-se de um número “residual” tendo em conta os 13.000 alunos que a fizeram.
No primeiro dia em que as escolas poderiam ter realizado a prova de aferição digital de Tecnologias Informação e Comunicação (TIC), houve “entre uma e duas dezenas” de estabelecimentos de ensino que não a conseguiram realizar, disse João Costa, considerando tratar-se de uma situação “muito residual” uma vez que a prova foi realizada em cerca de 200 escolas.
João Costa explicou que os estabelecimentos de ensino têm dez dias para realizar esta primeira prova em formato digital e que, segundo dados do Júri Nacional de Exames (JNE), “até ao meio da manhã de hoje, realizaram a prova de TIC cerca de 13 mil alunos, ou seja, 16% do total”.
Os cerca de 80 mil alunos do 8.º ano podem fazer a prova de aferição até dia 26 de maio e, por isso, o ministro considera que os 13 mil “até é mais do que é esperado, porque geralmente quando se dá dez dias há uma tendência para se ir para os últimos dias”.
No primeiro dia de realização da prova de aferição houve reporte de vários problemas como dificuldades de acesso à plataforma que terão levado ao seu adiamento, mas o Ministério da Educação explicou não ser possível ainda especificar quais os motivos concretos para a não-realização. Além de eventuais problemas técnicos, está também a decorrer uma greve de professores que poderá ter afetado esta prova.
Apenas no final do mês, quando terminar o período para a realização da prova de TIC, o ministério terá os dados consolidados das provas realizadas e dos motivos que levaram a que alguns alunos não a tivessem feito.
“Este é o primeiro ano do digital e tenho a certeza que, no futuro, vamos ter as escolas muito mais bem preparadas”, sublinhou João Costa, considerando contudo que “o processo está a correr bem, como previsto”.
“Os casos são absolutamente residuais, face ao universo de escolas que já realizou. Tem havido sempre, mesmo quando há provas (em papel), uma linha aberta com o JNE para resolver problemas que ocorrem com as provas e são mais do que muitas”, acrescentou o ministro, dando como exemplo casos como “o aluno que fica sem caneta, o aluno que não trouxe o cartão de cidadão ou que teve uma dor de barriga a meio da prova e é preciso decidir se pode ou não sair da sala”.
João Costa lembrou que está em curso “uma transformação radical” e por isso “é normal que existam situações pontuais”, que podem ser corrigidas uma vez que existem mais dias para realizar a prova.
Na passada sexta-feira os professores de Informática criticaram o facto de o manual de instruções para a realização das provas de aferição ter chegado poucos dias antes do arranque da “época” de testes digitais e de exigir a instalação de uma aplicação.
Entretanto, o presidente do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) explicou que a aplicação para as provas de aferição foi enviada na semana passada por questões de segurança, sendo uma aplicação simples que “até os alunos podem instalar”.
Além disso, acrescentou o presidente do IAVE, as escolas podem fazer a instalação de “forma muito gradual”, até porque foram dados dez dias às escolas para agendar a realização a prova de TIC.
A aplicação permite, através da instalação nos computadores dos alunos, que estes não possam sair da sua prova antes de a terminarem nem aceder a outras páginas, sendo por isso necessária “para garantir a segurança e a equidade entre os alunos”.
O plano de desmaterialização das provas e exames nacionais termina em 2025, ano em que todos os testes nacionais serão feitos em formato digital.
Este ano mais de 250 mil alunos dos 2.º, 5.º e 8.º anos vão realizar provas de aferição em formato digital, segundo o plano que prevê que no próximo ano seja a vez das provas do 9.º ano e no seguinte os exames nacionais dos 11.º e 12.º anos.