João Galamba garantiu, esta quarta-feira, ter capacidade para se manter no Governo. “Então não vê que estou com imensas condições para continuar?”, frisou o ministro das Infraestruturas, à entrada para o 32º Digital Business Congress, que decorre na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa.
O ministro reagiu pela primeira vez à polémica exoneração do ex-adjunto Frederico Pinheiro e depois de ter apresentado a sua demissão a António Costa, que decidiu não aceitar. “Não tenho nada a acrescentar face ao que foi dito pelo primeiro-ministro”, respondeu aos jornalistas, salientando que vai “dar as explicações que falta dar” na comissão parlamentar de inquérito à TAP.
Recorde-se que Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro das Infraestruturas, só foi formalmente exonerado esta quarta-feira, com o despacho de exoneração a ter sido publicado em ‘Diário da República’, praticamente duas semanas após o episódio das alegadas agressões cometidas por Pinheiro quando foi buscar um computador ao ministério.
“Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 11.º e na alínea a) do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 11/2012, de 20 de janeiro, exonero, das funções para as quais foi designado pelo meu Despacho n.º 4174/2023, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 67, de 4 de abril de 2023, o mestre Frederico Pinheiro, por ter adotado comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades inerentes ao exercício de funções de adjunto de um gabinete ministerial”, lê-se no despacho assinado por Galamba, que estipula que produz efeitos a 26 de abril, data em que foi comunicado a Frederico Pinheiro que estava afastado do cargo.
O ex-governante terá agredido a chefe de gabinete e uma assessora de Galamba para levar um computador que tinha informação classificada, que acabou recuperado pelas autoridades, depois de um polémico envolvimento do SIS.
Frederico Pinheiro é visado na troca de informações divulgada na comunicação social sobre a polémica na TAP. O adjunto acusou o Ministério das Infraestruturas de querer omitir informação à comissão de inquérito à TAP sobre a “reunião preparatória” com a ex-presidente executiva (CEO). Pinheiro negou as agressões e os contornos do episódio, que levou Marcelo a pedir a demissão de Galamba, que o ministro apresentou, mas que não foi aceite por António Costa, abrindo um ‘fosso’ de divisão entre o primeiro-ministro e o Presidente da República.
