De que é feito o ADN de um CFO? Aprenda a chegar ao sucesso financeiro
Ser CFO, Chief Financial Officer, significa em muitos casos ser o número dois da empresa e “dar o peito” aos relatórios de contas e balanços, mas não só. Cada vez mais ser o primaz da cadeia financeira de uma instituição implica ser um profissional multidisciplinar atento a várias áreas do saber, mesmo que muitas delas não impliquem números ou contas.
Apelidados pela Russell Reynolds, uma empresa especializada na seleção de executivos, como “copilotos” das organizações, CFO é das profissões mais promissoras para 2021 no cenário pós-pandemia. No entanto, fica a questão: de que ADN é feito um bom CFO? Por onde começar para atingir esta posição e que características devo ter ou assimilar para chegar a este cargo?
Ser CFO não significa apenas comandar números: aprenda a ser um líder
Como lembra Cedric Thubert, diretor financeiro da Air France-KLM, “as finanças não são apenas números, são pessoas”. Quando se é um diretor financeiro, é preciso ser capaz de inspirar e liderar pessoas e ainda influenciar a mudança.
Comunicação e inovação são características essenciais para um bom CFO. Assim, um bom líder financeiro deve conhecer perfeitamente não só os processos financeiros da sua empresa, como também todas as fases necessárias para que sejam atingidos os resultados.
Na faculdade, escolha uma ciência matemática. “Não é a prova dos 9”, mas pode ser um bom caminho
Para se ser um bom CFO é preciso uma boa formação académica nas áreas de administração, contabilidade ou economia, geralmente as mais recomendadas.
“No entanto, outras disciplinas como engenharia e matemática também são um bom começo, devido ao raciocínio lógico, e outras características importantes para esta função”, adverte Ni Jen Chung, CFO do grupo TPV (Philips e AOC).
Vá além da formação financeira
Segundo um estudo da consultora Robert Half, 80% dos diretores financeiros atuam em parceria com os departamentos de recursos humanos e de tecnologia e informação, assim esforce-se por estudar outros temas técnicos, para além das finanças.
“Quem procura uma carreira de CFO deve tentar passar por experiências ricas e diversas, que vão para lá das competências financeiras. Ampliem os vossos conhecimentos em gestão de pessoas, tecnologia, ESG, estratégias empresariais, gestão de projetos entre outros”, aconselha John Suzuki, diretor de planeamento e controlo da Ipiranga.
“No mundo atual, que evolui mais rápido do que nunca, é fundamental que um executivo financeiro tenha essa amplitude para que tenha a capacidade de alavancar mais valor para a empresa”, acrescenta Suzuki.
Experimente um estágio, voluntariado e não pare de ler relatórios e notícias de economia
Como aconselha Marcelo Marquês, CFO da Mobly, “no início dos estudos, mais do que analisar e perceber, aconselho que experimentem o mercado financeiro na prática – nenhum curso, nem mesmo os melhores MBA do mundo, vão “calejar” tanto um profissional desta área, como a vivência da dia a dia e as rotinas inerentes a este negócio.
“Procure estágios, trabalhe como voluntário financeiro em ONG, ajude de graça. Desde cedo, veja na prática como funciona um departamento financeiro de uma empresa e quais são os principais desafios. Por fim, leia sempre relatórios, balanços e notícias de economia, porque podem ser excelentes exemplos para o futuro”, explica Marquês.