China surpreende EUA e lança bombardeiro invisível uma década antes do esperado

Por Francisco Laranjeira

China surpreendeu uma vez mais o mundo com o bombardeiro stealth H-20, um avião que, segundo o Pentágono e os analistas ocidentais, não voaria nos próximos anos. Pequim está a conseguir igualar a capacidade de bombardeamento nuclear invisível ao radar dos EUA, e esta é a quarta vez que as agências de inteligência americanas são surpreendidas.

A primeira, recordou a publicação espanhola ‘El Confidencial’, foi quando detetaram o primeiro teste de um míssil de cruzeiro hipersónico que lançou outros mísseis em voo: um evento que, para o Pentágono, “desafiou as leis da física” e que o chefe do Estado-Maior americano descreveu “como um novo momento Sputnik”. A seguir, contra todas as probabilidades, o lançamento de dois caças stealth de sexta geração. Agora, o bombardeiro H-20, que há meses o Pentágono garantiu não estar pronto para descolar e que demoraria uma década para subir aos céus.

No entanto, as fotos do novo bombardeiro postadas nas redes sociais chinesas mostraram um avião furtivo em forma de diamante, com claras semelhanças ao B-2 Spirit e ao B-21 Raider – no entanto, ao contrário destes, o H-20 não é um ‘asa delta’ pura’: possui superfícies de controlo na cauda que podem aumentar a estabilidade e a manobrabilidade, embora possam também comprometer o seu perfil furtivo contra radares inimigos.

As fotos mostram um H-20 mais avançado do que o esperado: de acordo com o Pentágono, este bombardeiro teria um alcance operacional de 16 mil quilómetros, permitindo a Pequim projetar poder para além da chamada ‘Segunda Cadeia de Ilhas’ no Pacífico – este alcance, combinado com a sua capacidade de transportar armas convencionais e nucleares, torna o H-20 uma ameaça estratégica global.

O bombardeiro foi projetado para penetrar em território inimigo e superar sistemas avançados de defesa aérea com missões de ataque de alta prioridade. O seu aparecimento também reforça a postura militar da China na região Indo-Pacífico, onde a concorrência com os Estados Unidos é cada vez mais intensa.

O H-20 representa uma mudança significativa na capacidade de bombardeio estratégico da China. Projetado pelo Xi’an Aircraft Industrial Corporation Institute 603, o desenvolvimento começou na década de 2000. As iterações iniciais deram lugar ao design atual, que incorpora quatro motores e uma fuselagem otimizada para ser invisível ao radar.

O surgimento do H-20, combinado com os caças de sexta geração e os seus mísseis de cruzeiro hipersónicos, representa uma mudança significativa no equilíbrio do poder aéreo global. O Pentágono previu que o bombardeiro chinês não estaria operacional durante uma década. A sua estreia precoce levanta sérias preocupações aos Estados Unidos e aos seus aliados na Ásia-Pacífico.