Certificados de Aforro ou do Tesouro: Em qual deve investir?
Numa tentativa de controlar a inflação, o Banco Central Europeu tem adotado medidas duras que têm impactado a economia europeia, nomeadamente com a subida da taxa de juro de referência da Zona Euro. A Euribor a três meses ronda, atualmente, os 0,7%, mas no início de julho estava negativa (-0,176%).
No entanto, a subida das taxas de juros beneficia os produtos de capital garantido. Em julho, a Euribor a 3 meses entrou em terreno positivo, beneficiando um dos produtos de poupança mais populares: os Certificados de Aforro.
Isto levou a que, depois de mais de um ano estagnada em 0,3%, a taxa base dos Certificados tenha começado a subir e, em setembro, é já de 1% líquida. Esta depende diretamente da Euribor a 3 meses e reflete-se de forma imediata no rendimento deste produto.
António Ribeiro, especialista em produtos de poupança da Deco, apresenta um quadro com três cenários diferentes, consoante a evolução da Euribor nos próximos anos, e o respetivo rendimento dos Certificados de Aforro.
O especialista explica que no primeiro cenário é feita uma suposição que a taxa base se mantém no valor atual; no segundo, simulada uma subida de 0,15% a cada trimestre (0,6 ao ano) nos primeiros quatro anos; e no terceiro, esta subida mantém-se constante durante 10 anos. “O cenário mais realista é o intermédio, os outros dois servem de limite”, sublinha.
De acordo com as contas da Deco, se aplicar em Certificados de Aforro pelo prazo máximo, é possível conseguir um rendimento anual líquido de 1,5% se a taxa base atual não se alterar, cenário que, segundo a Deco, é pouco provável. É possível ainda conseguir um rendimento de 2,8% se a taxa Euribor subir 0,15% nos primeiros quatro anos.