Imagens de satélite da Coreia do Norte mostram atividade misteriosa ao longo da fronteira com a vizinha do Sul

Imagens de satélite capturadas recentemente revelam que a Coreia do Norte limpou uma faixa de terra de 2,9 quilómetros que se estende até à zona desmilitarizada (DMZ), a fronteira de 4,1 quilómetros que separa a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, numa aparente escalada nas tensões entre as duas nações

Francisco Laranjeira
Junho 7, 2024
19:03

Imagens de satélite capturadas recentemente revelam que a Coreia do Norte limpou uma faixa de terra de 2,9 quilómetros que se estende até à zona desmilitarizada (DMZ), a fronteira de 4,1 quilómetros que separa a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, numa aparente escalada nas tensões entre as duas nações.

De acordo com a revista ‘Newsweek’, as imagens revelaram pelo menos quatro locais onde surgiram terras recentemente desmatadas nas últimas semanas, incluindo uma área que se estende claramente para além da barreira final da fronteira da Coreia do Norte até à DMZ.

Essa faixa de terreno desmatada estava coberta por vegetação no final de abril: agora estende-se por mais de 800 metros dentro da zona desmilitarizada e segue uma cordilheira perto do Observatório de Unificação de Goseong, na Coreia do Sul.

As imagens dão corpo aos receios de que as tropas norte-coreanas estavam a construir novas posições em alguns postos de guarda perto da DMZ, embora numa extensão bem maior do que se pensava.

De acordo com Immanuel Kim, professor do departamento coreano da Universidade George Washington, uma das razões para estes desmatamentos provavelmente melhorará a visibilidade para toda a DMZ. A maior parte da área é coberta por florestas e arbustos, e a limpeza desta vegetação permite que as tropas norte-coreanas monitorizem a área de forma mais eficaz.

“O terreno aberto torna mais fácil detetar quaisquer movimentos ou atividades do outro lado. A movimentação mais fácil para militares e veículos é uma vantagem significativa”, salienta o especialista. “A terra desmatada facilita uma mobilização mais rápida e eficiente em caso de qualquer ação militar ou emergência”, acrescenta.

Recorde-se que a atividade militar dentro da DMZ é proibida pelo acordo de armistício que encerrou a Guerra da Coreia de 1950-53, mas ambos os lados violaram o acordo “várias vezes”, disse Kim.

Embora as motivações exatas da Coreia do Norte por detrás da nova atividade em torno da fronteira não sejam claras, esta segue-se a uma série de novas agressões contra o Sul.

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